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O PRANAYAMA E SUA FUNÇÃO NO YOGA

Atualizado: 9 de fev.

Por: Sri T.M. Janardana


Partidários entusiastas do Pranayama têm limitado seu alcance, dizendo que significa exclusivamente “Controle da Respiração”, e começaram a desenvolver a partir deste alcance limitado uma ciência: a "Ciência do Controle da Respiração”.

 

Não se poderia encontrar pior exemplo do que este, sobre o significado equivocado atribuído a uma palavra-chave no Yoga e levado à prática com consequências funestas. Não que se pretenda que o controle da respiração, enquanto tal, não se deva organizar cientificamente, nem tampouco se pretende que este controle nada tenha a ver com o Pranayama; mas aqueles que declaram que Pranayama é somente o controle da respiração, evidentemente, não prestaram qualquer atenção à vital importância que tem o que o Pranayama verdadeiramente representa e, aparentemente, ficaram satisfeitos com o significado superficial desta palavra. 

 

O Pranayama está intimamente relacionado com o Yoga e o infeliz resultado de lhe terem designado como controle da respiração foi a criação de uma impressão geral de que aqueles que pretendem praticar o Yoga deverão realizar, como requisito primordial e supremo, uma série de exercícios de respiração.

 

Tanto se logrou generalizar esta ideia falsa e perniciosa que o mesmíssimo Yoga vem sendo considerado como “Controle da Respiração”. Não se poderia conceber um maior prejuízo ao Yoga e ao Pranayama.

 

Na literatura Yogui, o Pranayama ocupa um lugar tão importante que se pode afirmar inquestionavelmente que não existe Yoga sem Pranayama, nem há Pranayama que não conduza a uma ou outra variedade de Yoga.

 

É conveniente, desde logo, levar muito em conta que não há um Yoga único, mas sim muitos, diferenciando-se segundo quais sejam os objetivos que se procura alcançar; o mais elevado de todos é o Adhyatma-Yoga. Em seu sentido estrito, a palavra “YOGA é aplicável unicamente a esta Ciência e não a qualquer outra de ordem minimalista quando separadas da própria palavra Yoga, tais como Hatha-Yoga, Laya-Yoga, Ashtanga-Yoga e outras por estilo. Tampouco formam estes Yogas o caminho que conduz diretamente àquele.

 

O Pranayama, que constitui um acessório vital e, por sua vez, é o ato que primeiramente se deve cumprir na prática de qualquer Yoga, seja este qual for, também é múltiplo; o controle da respiração (ou exercícios de respiração) é somente um dos muitos métodos que ocupam o degrau mais baixo de todos.

 

No que se refere aos estudantes de Adhyatma-Yoga (conhecido também como Brahma-Yoga, Suddha-Yoga ou Raja-Yoga, esta prática de controlar a respiração, em qualquer de suas etapas, é rejeitada por ser considerada perniciosa e criadora de obstáculos do progresso (“Taatwata tasya rajayoga dhikaribihi tyajyayvasya pratipadanena”).

 

Vejamos agora como examinar o correto significado da palavra Pranayama”. Controle da respiração é somente seu significado superficial e a palavra precisa para isto em sânscrito é “Swasabandana”. Portanto, é bastante evidente que Pranayama deva significar algo mais profundo. E assim é em realidade. “Prana é uma palavra que, em sentido geral, indica “energia”, “força vital”, “intelecto”, “espírito”, etc. A palavra exata que mais se aproxima para darmos a mesma ideia é a palavra consciência. Do mesmo modo, a palavra ayama não significa simplesmente “restringir” e “controlar”, mas também expandir; de modo que seu verdadeiro sentido se dá com mais propriedade com a expressão “conduzindo a”. Desta forma, Pranayama significa Conduzindo à Consciência”.

 

Poderão os Yoguis modernos responder a isto, declarando que o controle da respiração se adotou como prática prévia que há de conduzir finalmente a Consciência até Deus; portanto, que Pranayama significa controle da respiração.

 

Ainda quando o ato de substituir “o conteúdo pelo recipiente” e o ato de querer dizer uma coisa afirmando outra distinta poderão ser considerados como eufemismos admiráveis em outros planos do saber, tais atos não têm qualquer cabimento em uma Ciência exata como é o Yoga, entendendo-se como tal o Adhyatma-Yoga.

 

O absolutismo do controle da respiração que nestes casos se postula é simplesmente falso. Já havíamos sinalizado que este hábito é danoso, porque apesar da intenção sadia que o respalda e de um possível valor terapêutico sob determinadas condições, a Consciência não é conduzida, nem é orientada até Deus. Porque neste tipo de prática, a Consciência é burlada e atordoada ao corrompê-la, encurralá-la e, eventualmente, asfixiá-la, de tal modo que ela toma a direção exatamente oposta, terminando na inconsciência. E desta inconsciência é que emergem todos estes poderes denominados “Siddhis”, com os quais o exibicionismo moderno, assumindo o nome de Yogui, entretém o público, fazendo-se sepultar vivo e, mais tarde, emergindo ileso ou então deixando bem escassos os batimentos do coração, ingerindo cravos, venenos e fogo líquido, caminhando sobre brasas, fazendo a prova da corda bamba e uma imensa variedade de outras façanhas. Todas estas provas de artifícios, apesar de serem excelentes em si mesmas, não conduzem a consciência até Deus, evidentemente. Em consequência, isso não existe no Pranayama. Talvez possamos declarar aqui, para o interesse desta gente, que o poder mais elevado que esta prática possa gerar é o Kechari-Siddhi, ou seja, o poder de voar pelos ares; mas, segundo parece, estes amigos de controlar a respiração ainda não conseguiram desenvolvê-lo. Temos as aves que voam e os aviões modernos, de forma que não poderíamos nos maravilhar com o desenvolvimento de poder voar. Mas, tudo isto... poderia nos aproximar de Deus sequer por uma fração de polegada?... Por certo que não.

 

Entremos um pouco mais a fundo neste assunto. É verdade que aqueles que recorrem a esta prática o fazem acompanhando-a com a entonação de “mantras”; diz também que eles têm por objetivo a realização da Divindade, ou Deus, da variedade chamada “Nirguna”, ou seja, de Deus livre de trigunas (três qualidades da matéria). Tudo isto é certamente de uma ordem muito elevada; mas, em realidade, no lugar de alcançar este objetivo, se desenvolvem neles os referidos poderes, devido a que a capacidade de suas mentes, que é a que respalda sua intenção, se inclina a isso; disto resulta, como é lógico, a aquisição destes poderes. Se sua atitude tivesse sido diferente, eles poderiam ter-se dado conta, há muito tempo, do quão inútil é intrometer-se com a respiração em qualquer forma que seja, para tratar de alcançar o objetivo Divino, ou seja, Deus.

 

No entanto, na literatura Yogui ainda se confere o elevado nome de Pranayama a esta prática de controle da respiração, em atenção à pureza do motivo que a inspira; mas é deixada à parte por ser “Prakrita”, porque, devido ao fato de estar mal dirigida, desenvolvem-se os “Siddhis”, os quais obstaculizam a realização de Deus.

 

Outra variedade deste “Prakrita-Pranayama” consiste na adoração de Deuses (“devatarchanas”) mediante a execução de ritos com mantras e entoações de orações. Aqueles que se entregam a esta adoração não praticam o controle da respiração, nem tampouco se preocupam com a Ciência do Adhyatma, já que o único que perseguem com suas adorações é a obtenção de certos objetos materiais que têm à vista, baseando-se na crença bem estabelecida e legítima de que Deus é um outorgador de favores. A isto se conhece com o nome de “Saguna”, ou seja, adoração de Deus com forma.

 

Estas duas variações de “Prakrita-Pranayama”, por conseguinte, não têm cabimento em um plano cujo objetivo, e de maneira exclusiva e incondicional, é a realização de Deus como tal. Para alcançar esta condição mental é necessário que o indivíduo seja realmente muito corajoso para aceitar seguir, durante sua vida, uma linha de disciplina sustentada; e como primeiro passo, deve-se buscar o conhecimento correto da Divindade, exercitando para tal o intelecto. A estes dois métodos de “Prakrita-Pranayama” recorrem aqueles chamados “Pravrittas”, porque suas inclinações são meramente materialistas.

 

Examinemos agora o tipo de Pranayama que praticam os chamados “Jnanis”, que se entregam à investigação do Atman (“Atmachara), que se livraram e se tornaram independentes da Matéria (Prakriti) e que constituem uma classe bem diferenciada das outras duas.

 

Para estes, o fim de suas aspirações é o Ishwara, do tamanho de um dedo polegar (Angushtamatra Purusha), que reside no coração de cada um de nós. Para eles, o Mundo é falso (mitya) e está dominado pela ilusão (Maya), portanto, ele deve ser rechaçado. Estes são os que ostentam o nome de “Vedantinos”. Com este propósito em vista eles afogam, pela força, os turbulentos sentidos, objetivo este que se precisa alcançar, e se entregam à prática, que já é famosa, da supressão das modificações mentais (“chitta vritti niroda”). Com isto pretendem atingir um estado em que estarão livres de todo desejo, aplicando pressão, como forma de abstrair a mente (“Manas”) junto com a Consciência que nela existe, a fim de lhe contemplar em um único ponto (“ekagra-siddhi”).

 

Ainda que por meio deste ato de subjugar a Mente estes “Jnanis” se assemelham às “Prakritis” da variedade Nirguna, eles diferem em seu conceito da Divindade, julgada pelo resultado. Para estes últimos, o desenvolvimento de poderes é um dom de Deus e, portanto, se conseguiu contato com Deus, já que o conceito que eles têm do aspecto “Nirguna” de Deus é o de uma imensa acumulação de poderes, mas sem formas. Por outro lado, para aqueles, os “Prakritas” da variedade “Nirguna”, Deus tem a forma da Luz e é um testemunho (“Sakshi”), muito distante das forças materiais e inteiramente livres de tal influência.

 

Esta ideia dos Jnanis nos é representada na teoria da inexistência do mundo e junto com ela a supressão dos sentidos e da mente. Sem dúvida que, após um período de autoimolação, se consegue ver a Luz do Atma (“Atma-Jyoti”) e se rompem também as ataduras. A este tipo de prática se denomina Atmiya-Pranayama, já que contribui para a realização do citado Atma, ainda que a um grande custo. Não obstante a pureza do motivo que logra a liberação da escravidão que tem atado o coração, não se consegue a liberdade de ação (“Swatantra”), que é o distintivo do êxito no Yoga, pois sempre persistirá uma sensação de vazio, de desejo, ainda depois de se ter obtido a supressão das exigências dos corpos materiais consideradas inimigas.

 

Este desejo ou vazio é devido ao fato de não ter desaparecido o sentido do egoísmo, ou egocentrismo, e a sua origem está naquela ideia inicial equivocada de se acreditar que o Atma (espírito) e Prakriti (matéria) não estão relacionados, que são opostos entre si e que para realizar o Atma é necessário suprimir a Prakriti. A realidade é que ambos estão eternamente unidos, atuando um sobre o outro e se influenciando mutuamente, e que jamais, qualquer que seja a situação ou as condições, poderá permanecer um sem o outro. Esta é uma verdade que estas pessoas ainda terão que aprender. Portanto, o Pranayama do tipo “Atmiya”, ainda que ajude parcialmente àqueles que conseguiram êxito em suas tentativas para realizar supressões, não conduz à realização da Unidade Transcendente que é Brahm, e depois “Swatantra”. Dizem que a prática de regular a respiração, a começar em mínima proporção, estas pessoas a executam em conformidade com as instruções do Guru, mas que posteriormente a descontinuam. Estas pessoas são denominadas “Nivrittas”, ou seja, são aqueles cujas inclinações estão dirigidas exclusivamente, por introversão, ao seu próprio ser interno.

 

A variedade de Pranayama que se pratica no Adhyatma-Yoga se denomina Suddha-Pranayama e está livre dos tentáculos aprisionadores das duas variedades anteriores. O “Gitacharya” lhe confere seus louvores, dizendo que é “Susukam kartum”, ou de outra forma, que é o mais agradável de praticar.

 

Em um mundo onde a regra é o jogo dos opostos ao que é difícil se sobrepor, o fato de se decidir por uma das partes, de defender uma causa, rende muito rapidamente seus resultados. Temos assim os Materialistas, que procedem negando o Princípio Espiritual; temos os Espiritualistas, que se empenham em descartar os sempre presentes e necessários veículos materiais e suas legítimas funções na vida. Não se tem em conta as brigas que há entre uma parte e outra e entre eles mesmos. Mas no Adhyatma-Yoga, a frutificação não é obtida por preferências de um sobre o outro, mas é lograda transcendendo a influência dos opostos mediante o processo de síntese (“Sameekarana”), pelo qual se faz compreensível o lugar que corresponde às diversas partes e sua relação com o Todo, com a Unidade.

 

É um fato óbvio que, para alcançar esta compreensão, é preciso educar a mente sobre princípios verdadeiros. Estes princípios se encontram nos três postulados (Mahavakyas) seguintes:

 

  • Sarvam Tat Kalvidam Brahm - TUDO É BRAHM

  • Sarvam Brahma Swabhavajam - TUDO É DA MESMA NATUREZA DE BRAHM

  • Sarvam Avasyakam - TUDO É NECESSÁRIO

 

que destacam o ponto de vista da síntese.

 

Na frase “Brahm é Verdade e Jagat é falso” (“Brahm satyam jagat mitya”), tão frequentemente citada pelos buscadores do Atman, o divórcio que aqui se postula, e que se tem perpetuado, tem tido consequências desastrosas. Seu erro fundamental de conceito consiste em igualar o Atman com Brahm, para cuja realização se requer a liquidação do mundo; isto não somente nos tem levado ao mais deplorável estado de coisas neste país (Índia) durante muitos séculos, como também tem por resultado o fato de que, na mente de muitos, se duvida de que seguir este caminho careça de valor quanto a suas ponderadas excelências.

 

É preciso insistir no seguinte: Atman não é Brahm, posto que Brahm é uma trindade: Atma, Shakti e Prakriti, e cada uma delas ocupa um lugar distinto e único no esquema Total, interagindo uma sobre a outra reciprocamente. Não seria possível rechaçar o mundo, porque unicamente nele está a vida.

 

O Atma reside neste processo mundial como o Representante de Brahm; sua realização, como passo inicial, ainda quando seja importante, não é uma coisa completa por si. Sua realização tampouco requer a desnaturalização da matéria, prática esta que a GITA condena como impura ou “assúrica”:

 

“Karsayanta sareerastam bootagramam achetasaha, mamchivanta sareera astam tam vidhyanusara nischayam”.

 

De tudo isto resulta que, para superar as influências materiais (“prakríticas”) depois de haver compreendido plenamente seu alcance e necessidade, temos que seguir um processo de harmonização, aplicado gradualmente. Desta forma, um estudo da síntese nos revela esse grande estado de Unidade, de um Todo harmônico, no qual as três forças do Atma, Shakti e Prakriti se encontram em completa equiparação e equilíbrio. Este estado leva o nome de Ananda; também é chamado Paraam-Shanti, Nirvana, Turiya, Avyakta, Atyantam Sukham e outros nomes. Como fruto deste estudo se adquire a faculdade de superar os opostos hostis, mas com um sentido de amizade de todas as relações; e aquele que se empenha nisto gradualmente se libera de ter que seguir preso no funesto egoísmo, ou seja, o persistente conceito do “EU” e de “MEU”, chamados Swarthadosha e Karpanyadosha.

 

Está aqui a origem dos incontáveis sofrimentos no mundo e do ciclo interminável de nascimentos e desejos. Dos sentidos e da Mente se separa, pouco a pouco, tudo o que induza à atração ou à repulsão dos objetos; finalmente, ao se perceber a verdade que aqueles contêm, se neutralizam seus efeitos, enobrecendo-se e purificando-se. O sentido e a prática objetiva semelhantes são requisitos prévios que conduzem ao êxito no Suddha-Pranayama.

 

PRANAYAMA é o nome técnico dado àquela prática inteiramente subjetiva que conduz a Consciência até Deus; ela é subjetiva, porque o ato de conduzir a Consciência até Deus é um ato puramente mental.

 

A Consciência tem seu assento em Manas, que é a Mente emocional.  Devido à sua própria natureza, Manas está habitualmente orientado ao exterior, ao objetivo, e os Sentidos são as portas por aonde chegam as impressões causadas pelos objetos. Se quisermos desviar o curso de Manas do objetivo para Deus, o Pranayama constitui o primeiro passo e precede à Meditação (Dhyana); esta consiste no ato de pensar repetida e continuamente em Deus.

 

Há certas condições externas que são de absoluta necessidade durante a prática. Estas são: a solidão (afastamento da multidão); evitar a alimentação excessiva; ser austero; tranquilo e, em cada oportunidade, evocar frequentemente em Manas as virtudes Brahmicas. Com relação à prática propriamente dita, ela consiste em: sobrepor-se à sensação de cansaço (Jitasramaha); ser capaz de permanecer sentado em uma postura firme por um determinado tempo (Samaseenaha); elevação da consciência à coroa da cabeça (Moordhyatma namadaya), pensando fixamente na natureza do Atma (atmanam chintayet) e trocando PRANA em APANA e vice-versa (Pranapana-gadee ruddhva pranayama).

 

Aqui, Prana indica o estado Brâhmico de Turiya (o Quarto), que é o plano Avyakta, ou plano Yogui, no qual os três aspectos de Brahm; Atma, Shakti e Prakriti, estão eternamente em Yoga e são denominados Paramatma, ou então Sat-Chit-Ananda Rupa (da forma de Sabedoria, Verdade e Bem-Aventurança).

 

Nos três planos inferiores, que são: Mahat (Buddhi), Manas (Mente emocional) e Indriya (Sentidos), estes três aspectos de Atma, Shakti e Prakriti existem também, mas sem harmonia, daí provém o domínio que um costuma exercer sobre o outro, conforme o caso. Este nível inferior, formado por Mahat, Manas e Indriya é APANA. O ato de levar o inferior ao superior é PRANA; o contrário é APANA. Em outras palavras, é o ato pelo qual igualamos a Unidade com a Multiplicidade e a Multiplicidade com a Unidade. Na GITA, o Senhor explicou isto com as seguintes palavras:

 

Quando o aspirante consegue perceber a Multiplicidade (Triplo Samsara) como concentrada na Unidade (o Unitário), ao invés de emanada desta, então compreende a Brahm.

 

“Yada bhoota pritak bhavam ekatwam anupasyati, tata evacha vistaram Brahma sampadyate tata”

 

A este processo de harmonização mental se denomina PRANAYAMA.

 

São três as fases essenciais que constituem um Pranayama completo; se trata, neste caso, de atos mentais e são os seguintes:

 

  1. Redução das Multiplicidades, incorporando-se à Essência Divina, Imanente e Única.

  2. Retenção da ideia de Plenitude na qual o único e o Múltiplo estão sempre como auxiliares necessários;

  3. Rechaço de todos aqueles impedimentos que não deixam conservar o conhecimento desta realidade singular.

 

Estas três partes ou Angas do Pranayama foram explicadas por Sri Hamsa Yogui em seu inimitável estilo, como segue:

 

  1. visuddha sarvabhavanam swatmaswaroope brahmani satwena samanayanam;

  2. samaneetanam cha teshamhavanam swatmaswaroopa Brahma swabhava Siddhatvena cha ikasya vignanam;

  3. tadikya vignana pratibandhaka namabhava parityagaha.

 

A estas três fases da prática se denominam, respectivamente, PURAKA, KUMBHAKA e RECHAKA. Também foram dados estes três nomes aos atos de inalar, reter e expelir o ar nos exercícios de respiração; mas no Pranayama que nos ocupa, dirigido a alcançar o que há de mais elevado no Yoga, estes exercícios respiratórios não têm cabimento.

 

Manas (Mente), que pode ser considerada como o décimo primeiro sentido, recebe suas expressões através dos Sentidos (Indriyas), apesar de que não está condicionada exclusivamente por estes, porque Manas possui movimentos independentes próprios, de preferências e desagrados. Os conceitos de separatividade e os opostos criam tais preferências e desagrados e é por tal motivo que Manas também experimenta o prazer e a dor que eles trazem consigo.

 

Para elevar mais a consciência e chegar à ideia de unidade (“ekagrachitta”) é necessário superar as dualidades e isso só é possível incorporando à consciência a ideia de síntese. Buddhi (intelecto), que é o veículo de conhecimento superior a Manas, é o único capaz de influenciar, inculcar e lograr que se estabeleça em Manas esta condição necessária. Nenhuma atividade dos sentidos, qualquer que seja, que inclua exercícios de respiração, poderão jamais chegar a controlar Manas, porque os Sentidos estão subjugados à mente. Isso que às vezes se costuma expressar publicamente como o ato de “matar Manas”, com o objetivo de parar suas atividades, é uma falsidade de primeira magnitude para a qual não há cabimento no yoga. Se alguém recorresse a isso, terminaria na inconsciência.

 

Por ser a Mente (Manas) o veículo que recebe os frutos do Yoga, q.e Ananda e demais, ela está sempre presente, e aquilo que tecnicamente se denomina “Laya” se obtém neutralizando os efeitos dos opostos e das multiplicidades existentes na Mente, que quando obtido se toma contato com o plano Avyakta, o Atma-jyoti (Luz do Atman) se torna visível e é ele a visão do Paramatma. A duração deste contato é somente momentânea em seus começos, mas aumenta em intensidade com a prática até chegar à sua intensidade máxima; este estado se denomina “Samadhi” e nele a consciência se encontra em sua capacidade funcional plena.

 

Das três fases essenciais chamadas Puraka, Kumbhaka e Rechaka, que constituem um Pranayama completo, a prática começa com Puraka.

 

PURAKA, em seu estado literal, significa o ato de preencher.

 

Como já dissemos antes, o Pranayama, em seu conjunto, é aquele ato que serve para conduzir a consciência até Deus (“Parabhavabhi siddhi sampadana karma”). Pela expressão até Deus se entende aquela atitude de unidade suprema total ou geral (“Antaryami paramatma bhava”).

 

A consciência está destacada pela palavra “Prana”. Também significa consciência (ou seja, estado consciente) a palavra “Pragna”, mas a diferença que há entre ambas consiste no fato de que, enquanto Pragna indica o estado consciente ou de lucidez geral, Prana particularmente indica a consciência do Eu (do “EU SOU”, Ego ou egoísmo) – Prana bhavaet parabrahma jagatkaranamavyayam; cham sabdasha tattatvam... jagatam karanam; isto se traduz assim: Prana é Parabrahm, a Eterna Causa Mundial; aquilo que a palavra Aham denota, é a causa mundial.

 

Desta maneira, Prana é precisamente Aham ou consciência do Eu. Esta consciência do Eu, que é a causa das multiplicidades no mundo, compenetra igualmente a todos os veículos (corpos) do homem, mas tem sua residência principal no plano Mental-emocional (Manas), e como consequência de sua estreita associação com a natureza variável, dual e inerente de tal plano mental, se esquece de que pertence a um todo sintético e dá preferência às multiplicidades opostas, como ser, prazer e dor, etc. Aqui entra em jogo o estado de “Jivatma”, ou seja, a alma individual, que como tal se deixa levar, agitando-se turbada e confundida (“brahmayan”), sendo presa das forças duais. Recuperar a consciência (“Pragna”) já livre deste egoísmo (causa de separatividade), em cujo estado o Jivatma se transmuta no Iswaratwa, é o objetivo principal do Pranayama. E nisto, Puraka desempenha o cargo de preencher a Consciência com o conceito (Bhava) de unidade, que é Divino, frequentemente purificado e expurgando da Mente seu motivo egoísta (“Ahankara bhava”) de opostos e multiplicidades hostis. Não é que em circunstâncias ou momento algum deixem de existir o Eu ou a Mente, mas que o conceito (Bhava) resultante da conjunção de ambos se alheia de seu motivo negativo (asat bhava) – a atitude causante de sofrimentos- para se concentrar no motivo puro (sat bhava) e isto se obtém com a prática de PURAKA.

 

Tudo isso nos leva à conclusão de que mediante Puraka se consegue a purificação de motivos ou conceitos (“Bhavasamsuddhi”); a isto também se deu o nome técnico de Nadisuddhi, ou seja, purificação dos nervos.

 

Pode-se dizer, a este respeito, que a palavra Bhava tem na literatura adhyátmica uma importância de significado muito vasto, que requer cuidadosa compreensão, já que possui vários significados relacionados com o contexto.

 

A palavra Bhava pode ser geralmente traduzida por “Motivo”. É o produto do veículo do desejo (“Iccha”).

 

Iccha (desejo) é um elemento de suma necessidade para a evolução humana e se incorre em um grave erro ao se sustentar que se deve refrear o desejo, porque tal coisa é impossível, realmente, e não poderia ser outra coisa que autossugestão, carente de toda importância. Os bons ou maus efeitos do desejo (Iccha) dependem do motivo (Bhava) que os inspira, e este, por sua vez, tem como causa a inconstância característica do corpo Mental (Manas); isto tem como resultado a liberação ou a escravidão do homem (“manaeva manushyanam bhanda mokshayoho”), tal como declaram as Escrituras Sagradas (“Srutis”). De forma que o motivo (Bhava) se torna, segundo este aspecto, bom ou mau (“Satbhava” ou “Asatbhava”).

 

A natureza mutável, inconstante de Manas é qualitativa (“Guna”) e funcional (“Karma”); ambas são inerentes a ela e, portanto, o motivo (Bhava) é seu reflexo fiel. De nossos próprios conhecimentos depende que o motivo (Bhava) seja bom (Sat) ou mal (Asat). Sat-Bhava, que conduz à síntese e ao progresso, é gerada pelo reto conhecimento que a ele nos leva, enquanto que Asat-Bhava, que conduz aos conflitos e à destruição, é o resultado de conhecimentos pervertidos que se empenham em limitar o campo de ação da vida à nossa própria e pequenina personalidade, ou grupo, nação ou raça, conforme o caso. Isto se chama ignorância.

 

Portanto, o estudante do Pranayama deve procurar a purificação de seus próprios motivos (Bhava) mediante um conceito (Bhavana) sadio, o qual é possível com os conhecimentos adequados; desta forma, a purificação dos conceitos (Bhavana samakara) constitui o primeiro dos três requisitos essenciais na prática do RAJA YOGA. Somente se pode empreender eficazmente o segundo passo, que é Karma, se foi lograda a formação do conceito (Bhavana) adequado.

 

O Pranayama se constitui em um fator importante, que nos leva ao terceiro passo: a Meditação (Dhyana), por meio da qual se adquirem as Graças Divinas.

 

O citado anteriormente deixa claro que Puraka é um ato mental dirigido incessantemente a infundir em nosso ser a grandiosa ideia da unidade essencial existente na criação infinita. A partir daí que Hamsa Yogui, como já mencionado, o define nas seguintes palavras:

 

“Visuddha sarvabhavanam swatmaswarupe brahmani satwena samanayam”.

 

O distintivo do êxito em Puraka é a aquisição pelo aspirante individual de quatro magníficas características, a saber:

 

  1. VASEEKARANAM: ou a qualidade de ser amistosamente atraente; isto é basicamente o magnetismo pessoal.

  2. YOJANAM: ou a grande capacidade de sintetizar, a qual permite suavizar as animosidades.

  3. SANKHALPATYAGA: ou o que libera o aspirante de se sentir torturado por suas ambições pessoais de adquirir posses, etc.

  4. NIRAPAKSHASTITI: ou estado de absoluto desinteresse pelas coisas.

 

Sabemos também que no Pranayama-Gita, o Senhor explica como segue estas quatro características daquele que já é eficiente em Puraka:

 

Yaya viviyatam chittamanyevavatishtate nispruha sarvakamebhyo, yukta ityuchyate tada

 

Cuja tradução é a seguinte: “É considerado um Yukta quando sua mente está bem disciplinada (devidamente dirigida), centralizada no Atman, desligada de toda passionalidade.”

 

Pelo exposto anteriormente, se compreende que, do êxito alcançado pelo aspirante na prática de Puraka, resulta sua elevação ao nível de Yuktatma. Este é o segundo dos quatro graus denominados, respectivamente, Mahatma, Yuktatma, Samatma e Brahmatma, sendo cada um destes graus inferiores em categoria ao que lhe precede. Na Gita, repetidamente são feitos elogios a este nível de Yukta, o que indica quão grande importância tem a sua obtenção.

 

A segunda parte (anga) do Pranayama recebe o nome de KUMBHAKA. Esta palavra significa retenção, ou seja, é o ato de reter na Mente a ideia de síntese que foi infundida pelo Puraka. Os três grandes postulados (Mahavakyas) que assentam esta ideia de síntese são:

 

SARVAM TAD KALVIDAM BRAHM

SARVAM BRAHMA SWABHAVAJAM

SARVAM AVASYAKAM

 

Não é fácil limitar esta prática a determinadas horas, já que ela pode ser realizada facilmente a qualquer momento. Como resultado, o aspirante desenvolverá outras quatro características:


 1 - ACHANCHALAMANASKATWAM: ou estado de fixação mental (i.e. que não se distrai). O que as Escrituras Sagradas (Shrutis) denominam como “Amanaskatwam”, não significa erradicação de Manas, pois seria pretender o impossível; se refere simplesmente a esta condição de fixação mental, ou “Achanchalamanas”, que a Mente consegue com a prática de Kumbhaka. Quando a Mente consegue se manter nesta condição, se considera que ela tem um traço marcante parecido com a chama de uma lamparina protegida pelo vento. Na GITA, o Senhor se expressa assim:

 

Tal como a chama de uma lamparina que, em um lugar protegido do vento, arde sem tilintar.

 

“Yatha deepo nivatasto nengate sopana smrita, yogino yatachittasya yunjato yogamatmanaha”.

 

Este exemplo faz alusão à firmeza que adquirem as práticas yoguis de um aspirante do Yoga bem disciplinado.

 

2 - EKAGRACHITTA: que faculta à Mente aquietada a retenção da ideia sintética de imanência do Iswara em todas as multiplicidades. Em virtude disto, o aspirante é capaz de experimentar a visão do Iswara em seu próprio ser interno. O GITA, a este respeito, diz o seguinte:

 

“Em cujo estado (de firmeza mental), o Manas, dirigido com a prática do Yoga, alcança a tranquilidade e o aspirante desfruta com isto de grande felicidade, que atinge a exaltação quando o Manas tranquilo alcança a visão do Atman”.

 

“yatroparamate chittam nirudham yogasevaya, yatra chivatmanatman pasyannatmani tushyati”.

 

A bem-aventurança extasiante alcançada mediante “ekagrachitta” não provém de qualquer contato sensorial, pois pertence à faculdade do Buddhi (intelecto); por isso mesmo corresponde à categoria de bem-aventurança eterna (saswatamsukham”), que ajuda o aspirante a manter, com firmeza crescente, o pé que conseguiu assentar no caminho. A esta condição se distingue com o nome de Achutatwan, que significa “não retroceder”, e que a GITA descreve da seguinte maneira:

 

“pela qual ele desfruta deste êxtase supremo, que é compreensível pela inteligência, mas inalcançável para os sentidos, e que, ainda o desfrutando, permanece no estado de Yoga”.

 

“sukhamaatyantikem yattabuddhigrahyamatindriyam, vetti yatra na chivayam stitachalati tatwataha”.

 

Este estado de não se desviar, ou decair, é “achutatwam” e sua obtenção ocorre como resultado de haver tido a visão do Atman que cada um leva dentro de seu coração. Esta é uma coisa inteiramente possível para quem leva firmemente arraigado o ideal sintético.

 

Finalmente, há a característica conhecida com o nome de quatro Shantatwan, ou seja, o estado de Paz Mental. Quem tenha desfrutado desta grande paz dificilmente poderá considerar que existe algo mais sublime e digno de ser adquirido, por isso é que a GITA diz:

 

“logrado o qual, considera ele que nenhuma outra aquisição poderia lhe superar; estabelecido neste estado, não a distrai nem a dor intensa, nem o prazer”

 

“yam labdha chaparam labham manyate tataha, yasminsthito na duhkena gurunapi visalyate”.

 

Cabe notar que, quando o texto da GITA menciona somente um aspecto de algo, seja o aspecto positivo ou negativo, conforme o caso, deve-se considerar expressado também o outro aspecto que não foi mencionado, porque a GITA procura ensinar a transcendência, não tem preferências no terreno das dualidades. Assim, por exemplo, quando a GITA expressa:

 

“Não se distrai pela dor”

 

“duhkena gurunapi visalyate”

 

Se subentende que tampouco se distrai por prazer. Porque prazer (“sukha”) e dor (“duhkha”) constituem o par de opostos que ligam a alma humana (“Jiva”). O resultado de lhes haver superado é a Felicidade (Ananda) ou Bem-Aventurança Eterna (Saswatasukha). Somente esta bem-aventurança é que pode conduzir ao esforçado aspirante a este estado de “paz que supera toda compreensão” (shantatwan).

 

A GITA assim descreve o estado yogui de consecução plena:

 

“Que se tenha por Yoga àquele estado que nos desliga de toda associação com a dor (e com o prazer); esse Yoga deve ser praticado com firme convicção e com a mente invulnerável ao desânimo”.

 

“tam vidyaat dukhasamyogaviyogam yogasamgitam, sa nischayena yoktavayo yogoanirvina chestasa”.

 

Esta última exortação do Senhor no verso anteriormente citado reitera o fato de que, se a Mente (Manas) não é estimulada à elevação por diversos meios que a possam manter em tais condições e, entre os quais, o primeiro e o mais eficaz é o conhecimento sintético, ela tenderá a decair uma e outra vez.

 

Na sequencia do que se relata acerca de Puraka, Sri Hamsa Yogui explica esta prática de Kumbhaka da seguinte maneira:

 

“samanetanam cha tesham bhavanam swatmaswarupa brahma swabhavasiddhatwana chikyasya vignanam”.

 

Estas palavras expressam o ponto de vista da retenção. Aqui, a palavra “vignanam” assinala a geração do conhecimento real no plano de cognição (Buddhi), que o Senhor descreve como Buddhi grahyam, ou seja, compreendido pelo Buddhi.

 

Desta forma, a ideia de síntese, que anteriormente era somente uma ideia insípida, se estabelece firmemente no aspirante mediante a prática de Kumbhaka, e em virtude dela o aspirante se coloca em condições de adotar com facilidade o Rechaka, que é o terceiro componente do Pranayama.

 

RECHAKA, significa expulsar aquelas ideias que sempre tendem a perpetuar as diversidades discordantes, em cujo solo fértil, o aspirante, presa do egoísmo contraditório (“dushta-ahankara”) havia estado crescendo até agora, sujeito à roda de nascimentos e mortes sucessivas.

 

Mediante o Rechaka se freia automaticamente a tendência da Mente (Manas) de voltar a provar estas sensações.

 

Sri Hamsa Yogui descreve esta prática como “o abandono das multiplicidades separatistas que impossibilitam a realização da unidade”.

 

“tat vignana pratibhandaka nanabhava parityagaha”

 

Porque os reinos superiores plenos das virtudes yoguis são alcançados frenando a tendência a cair.

 

A abundante felicidade resultante do Rechaka está descrita na GITA do seguinte modo:

 

 “O aspirante do Yoga, purificado de todas as impurezas de suas tendências egoístas (Swarta-Dosha) e dirigindo sua Mente pelo Yoga, alcança o êxtase profundo do contato Brâhmico”.

 

“yunjannevam sadastmanam yogui vigatakalmashaha sukhena brahma samsparssmatyantam sukhamasnute”

 

Pela expressão “Contato Brâhmico” se entende que foi alcançada a eterna expressão a ELE (Brahma Samipya), já que Brahm é infinito como também transcendente e, portanto, o ato de se identificar com ELE apenas se refere a SEU aspecto átmico (“Atma-Bhavasto”), que unicamente é representativo de BRAHM, mas não o próprio Brahm. Este mérito logrado de eterna aproximação também se denomina Prapti, que é o quinto dos objetivos cardinais (“Purushartas”) do homem. O ser liberado que alcançou esta condição se chama “samipya mukti” e a liberação, neste caso, é superior às outras três variedades, que se denominam, respectivamente, Sarupya, Sayujya e Salokya.

 

O fato de que a prática de Kumbhaka preceda à de Rechaka demonstra que a liberação somente se alcança depois que o aspirante tenha obtido, pela prática de Kumbhaka, a visão, dentro de si mesmo, do Princípio Átmico, cuja dimensão é do tamanho do dedo polegar (“angushtamatrapurusha”). A existência deste princípio Átmico no corpo de toda pessoa é o que torna possível as diferentes atividades corporais. Ao se conseguir o contato com tal princípio mediante a prática do Pranayama da variedade Suddha, a qual não necessita que nos intrometamos com nossa respiração, se desenvolve a capacidade de desempenhar, com habilidade, as funções no mundo (“Yogaha karmasu kousalam”).

 

Precisamente, este mesmo contato é levado ao conhecimento do aspirante, quando chega o momento de por um fim à sua tarefa no processo evolutivo mundial e à capacidade de desistir completamente. Esta é a liberação que recebe o nome de Mukti; este é o resultado das atitudes de renúncia (“Samnyasa”) e entrega de si a Deus (“Tyaga”) que o aspirante deve manter ininterruptamente.

 

 Após Mukti vem Prapti e esta sucessão continua, mediante interminável alternância, à medida que à contemplação da alma liberada vão se revelando plano após plano de consciência, para que esta alma liberada funcione entre eles.

 

Esta classe de contato Brâhmico que o Senhor menciona se considera realizável pela prática conhecida por Suddhatiwitaniahta, a qual o Rechaka nos conduz. Em virtude dela, o aspirante se capacita para cooperar no Plano Divino de criação, preservação e convergência (“Shrishti, Stiti e Laya”); como também fica capacitado para desempenhar o cargo de Instrutor Espiritual (Adhikara Purusha”) na Divina Hierarquia que controla os processos evolutivos mundiais sob a direção suprema de Bhagavan Sri Narayana.

 

O Suddha Pranayama gera o contato com a energia de BRAHM (Brahma-Shakti) que compenetra os processos evolutivos de todo o mundo cósmico. É unicamente mediante esta energia que nos faz possível, primeiramente, o contato com o Principio Atmico e depois com BRAHM.

 

Deste modo, por meio de Puraka se procura realizar o ato chamado Swikara, ou seja, de trazer conscientemente a nosso interior a energia de BRAHM (Brahma-Shakti) já aludida. Por meio de Kumbhaka, é gerada a capacidade conhecida como Sandharana, ou seja, a de manter SUA energia; e por meio de Rechaka o aspirante consegue o poder desta Shakti para expelir as forças opositoras inertes.

 

Tal é o propósito do Suddha Pranayama, que somente exige a prática mental constante a aqueles que desejam alcançar a santa felicidade do Yoga, ainda quando se esteja desempenhando ativamente qualquer ocupação. Não se necessita de práticas físicas torturantes de nenhum gênero. Portanto, esta modalidade de Pranayama é acessível a todos. Sua prática é sumamente fácil para aqueles que compreenderam o quão excelente é o conhecimento sintético. Por isso o Senhor lhe caracterizou como o mais agradável de praticar e de bem-aventurança perdurável (Susukham kartumavyayam”).

 

Antes de terminar, nos referiremos a um detalhe muito importante do Suddha Pranayama que merece que se tenha muito presente.

 

Demonstramos que o Pranayama é um ato (Karma). Toda ação, qualquer que seja, sempre rende certos resultados definidos, pois estão sob a influência da bem conhecida lei da ação e reação. Por “atos” entendemos normalmente atos físicos. Toda pessoa estará de acordo em que tais atos estarão invariavelmente induzidos por motivos. Não se excetuam disso nem sequer os denominados “atos instintivos”. O motivo é uma função da Mente e se pode considerar a esta como o ator; os membros físicos são apenas suas ferramentas. Por este motivo, se justifica o aforismo de que a Mente é o Iswara, o Deus dos Sentidos, ou o Senhor da ação.

 

No entanto, o Pranayama da variedade Suddha não é um ato físico, mas sim exclusivamente mental, que coloca à prova o ator (Manas) com o propósito de que aprenda a dirigir melhor o funcionamento físico; tal ato mental está fundamentado no conhecimento sintético. Vigorizada deste modo, Manas consegue obter resultados eficientes em qualquer sentido, ou seja, tanto no espiritual como no plano material. Já nos ocupamos do vasto alcance dos resultados espirituais; vejamos então como opera no material.

 

O que se conhece com o nome de “corpo causal” (Karana-sharira) ou veículo do conhecimento no homem, tem sido construído por ele com grande esforço no transcurso remotíssimo de sua existência evolutiva. Dizemos que as partículas materiais que lhes constituem são de aspecto brilhante e reluzente, constituindo a quintessência das grandes experiências que ele sobrelevou em suas vidas anteriores. Se no curso de alguma determinada vida, o aspirante deseja mudar sua modalidade de existência ou aspirar a algo superior, o único que necessita fazer é extrair, desta grande reserva de karana-sharira que existe nele, as energias aí acumuladas, e baixar estas energias ao plano físico.

 

Este ato de utilização das energias a que nos referimos antes somente é possível ser realizado mediante o Namaskara, ou seja, a prosternação mental realizada humildemente ante a Divindade que está em todos e em cada um de nós. Não há qualquer outro meio de se obter este ato.

 

O Suddha Pranayama e outros atos que com ele estão associados, em que se exercita o ato de reduzir as multiplicidades à unidade e vice-versa, tal como já se explicou antes, tomam em consideração este Namaskara. Pela prática constante executada deste modo, se toma contato com o Karana-Sharira; as energias ali aprisionadas são extraídas e levadas ao corpo físico. Por serem espirituais e divinas, estas energias produzem resultados benéficos em todos os sentidos.

 

Isto dá uma importância preeminente ao Suddha Pranayama, que bem merece ser praticado por aqueles que anseiam maior elevação espiritual e material.

 

Tradução realizada pelo Acharya, Vidya Vinayaka Dasa (Augusto Cunha) do Ashram Sarva Mangalam.


DE: Cuatro Ensayos sobre Suddha Yoga.

EL PRANAYAMA Y SU FUNCION EN EL YOGA

Por Sri T.M. Janardana


Partidarios entusiastas del Pranayama han limitado el alcance de este, diciendo que significa exclusivamente "Control de la Respiración", y han procedido a desarrollar de esto una Ciencia: “ la Ciencia del Control de la Respiración".”

No se podria encontrar peor ejemplo que este del significado equivocado atribuido a una palabra clave en el yoga y llevado a la practica con funestas consecuencias. No es que aquí se pretenda que el control de la respiración en cuanto tal no se debiera organizar científicamente, ni tampoco se pretende que esta nada tiene que ver con el Pranayama; pero aquellos que declaran que el control de la respiración es de por si Pranayama evidentemente no le han prestado ninguna atención a la vital importancia que tiene lo que el Pranayama verdaderamente representa, y aparentemente se han quedado satisfechos con el significado superficial de esta palabra.

El Pranayama está íntimamente relacionado con el Yoga, y el desgraciado resultado de haberlo designado como control de la respiración, es que se ha creado la impresión general de que aquellos que pretendan practicar el Yoga, deberán realizar, como, requisito primordial y supremo, una serie de ejercicios de respiración.

Tanto ha logrado generalizarse esta idea falsa y perniciosa, que al mismísimo Yoga se le viene considerando ya como Control de la Respiración. No se podría concebir un mayor perjuicio al Yoga y al Pranayama.

En la literatura Yogui ocupa el Pranayama un lugar tan importante, que se podría afirmar incontestablemente que no existe el Yoga sin Pranayama, ni hay Pranayama que no conduzca a una u otra variedad de Yoga.

Es conveniente, desde luego, tener muy en cuenta que no hay un Yoga único, sino que muchos, díferenciandose según cuales sean los objetivos que se procura alcanzar: el más elevado de todos es el Adhyatma-Yoga. En su estricto sentido, la palabra "YOGA" es aplicable únicamente a esta Ciencia y no a cuelquiera de las de orden inferior, tales como Hatha-Yoga, Laya-Yoga, Ashtanga-Yoga y las otras por el estilo. Tampoco forman estos Yogas el sendero que conduce directamente a aquel.

El Pranayama, que constituye un accesorio vital y, a la vez, es el acto que primeramente debe cumplirse en la práctica de cualquier Yoga, sea este cual fuere, también es múltiple; el control de la respiracion (o ejerciclos de respiracion) es solo uno de los muchos metodos que ocupan el peldaño mas bajo de todos

En lo que respecta a los estudiantes de Adhyatma-Yoga (conocido también como Brahma-Yoga, o Suddha-Yoga, o Raja-Yoga) , esta práctica de controlar la respiración en cualquiera de sus etapas, es rechazada por considerârsele perniciosa y obstaculizadora del progreso ("Taatwata tasya rajayoga dhikaribihi tyajyayvasya pratipadanena").

Veamos ahora de examinar el correcto significado de la palabra "Pranayama". Control de la respiración es sólo su significado superficial y la palabra precisa para esto en sánscrito es Swasabandana. Bien evidente es, por lo tanto, que Pranayama debe significar algo más profundo. Así es en efecto. Prana es una palabra que, en sentido general, indica "energía", "fuerza vital", "intelecto", "espíritu", etc. La palabra exacta que más se le aproxima para darnos su misma idea es la palabra "Conciencia" . Del mismo modo, la palabra ayama no significa simplemente “restringir” y "controlar", Si no también "expandir" de modo que su verdadero sentido lo da con mas propiedad la expresión "conduciendo hacia". De modo que, Pranayama viene a significar "Conduciendo a la Conciencia".

Podrân los Yoguis modernos responder a esto declarando que el control de la respiración se ha adoptado como práctica previa que ha de conducir la Conciencia hacia Dios finalmente; por lo tanto, que Pranayama significa control de la respiración.

Aún cuando el acto de substituir "al contenido por el contenedor" y el de querer decir una cosa afirmando otra distinta, podrán considerarse como eufemismps admirables en otros planos del saber, no tienen cabida alguna en una Ciencia exacta como es el Yoga, entendiéndose per tal el Adhyatma-Yoga.

El absolutismo del control de la respiración que en esos casos se postula es sencillamente falso. Ya hemos señalado que este hábito es dañino, porque. a pesar de la sana intención que lo respalda y de un posible valor terapéutico bajo determinadas condiciones, la Conciencia no es conducida, ni se orienta hacia Dios. Porque en esta clase de práctica, la Conciencia es burlada y atontada al pervertirla, arrinconarla y eventualmente asfixiarla, de tal modo que ella toma la dirección exactamente opuesta, terminando en la inconsciencia. Y de esta inconsciencia es que emergen todos esos poderes denominados "Siddhis"  con los cuales el exhibicionista moderno, asumiendo el nombre de Yogui, entretiene al público haciéndose sepultar vivo y emergiendo mas tarde ileso , o bien deteniendo los latidos del corazon, tragandose clavos, venenos y fuego liquido caminando sobre brasas, haciendo la prueba de la cuerda y una inmensa variedad de otras hazañas. Todas estas pruebas de artificio, si bien son excelentes en si misma, no han de conducir la conciencia hacia Dios, evidentemente. En consecuencia, no existe esto en Pranayama. Tal vez podríamos declarar aquí, por lo que pudiera interesarle a esta gente, que el poder más elevado que esta práctica podría generar es el de Kechari-Sìddhi, o sea, el de volar por el aire: pero, según parece, estos amigos de controlar la respiración aún no han logrado desarrollarlo. Tenemos las aves que vuelan y los aviones modernos; de aquí que no pueda maravillarnos el desarrollo de poder volar. Pero, todo esto..¿podrîa acercarnos a Dios siquiera una fracción de pulgada?...Por cierto que no.

Entremos un poco más a fondo en este asunto. Es verdad que quienes recurren a esta práctica lo hacen acompañândola con la entonación de "mantras"; se dice también que ellos tienen por objeto de realización de la Divinidad, o Dios, de la variedad llamada "Nirguna", o sea, de Dios libre de trigunas (tres cualidades de la materia). Todo esto es de un orden muy elevado ciertamente: pero,”en realidad, en lugar de alcanzar ese objetivo, se les desarrollan los poderes, debido a que la capacidad de sus mentes, que es la que respalda su intención, se inclina a ello: de resulta, como es lógico, la adquisición de esos poderes. Si distinta hubiere sido su actitud, habrían podido darse cuenta, hace mucho tiempo, cuan inútil es entrometerse con la respiración en cualquier forma que fuere, para tratar de alcanzar el objetivo Divino, o sea, Dios.

Sin embargo en la literatura Yogui aun se le confiere el elevado nombre de Pranayama a esta practica de control de la respiracion, en atencion a la pureza del motivo que la inspira ;pero se le deja aparte por ser “Prakrita”, por que, debido a que esta mal dirigida , se desarrollan los “Siddhis”, lo cual obstaculiza la realízacioñ de Dios.

Otra variedad más de este "Prakrita-Pranayama" consiste en la adoración de Dioses ("devatarchanas") mediante la ejecución de ritos con mantras y entonacíones de oraciones. Aquellos que a esto se entregan, no practican el control de la respiración, ni se preocupan tampoco de la Ciencia de Adhyatrna, ya que lo único que persiguen con sus adoraciones es de llegar a lograr ciertos objetos materiales que tienen en vista, basándose para ello en la creencia bien establecida y legítima de que Dios es un otorgador de favores. A esto se le conoce con el nombre de "Saguna", o sea, adoración de Dios con forma.

Estas dos variaciones de "Prakrita-Pranayama" no tienen, por consiguiente, cabida en un plan cuyo objetivo, y de manera exclusiva e incondicional, es la realización de Dios como tal. Para alcanzar esta condición mental se necesita que uno sea realmente muy valeroso para aceptar de seguir, durante su vida, una línea de disciplina sostenida; y como primer paso, se debe buscar el conocimiento correcto de la Divinidad, ejercitando para ello el intelecto. A estos dos métodos de "Prakrita-Pranayama" recurren aquellos llamados “Pravrittas” , porque sus inclinaciones son meramentes materialistas.

Examinemos ahora el tipo de pranayama que practican los llamados “Gnanis” que se han entregado , a la investigacion del Atman ("Atmachara"),que se han librado e independizado de la Materia (Prakriti) y que constituyen una clase bien diferente de las otras dos.

Para estos , el fin de sus aspiracioneses el Iswara , del tamaño de un dedo pulgar

(Angushtamatra Purusha) , que reside en el corazon de cada uno de nosotros .Para ellos, el Mundo es falso (“mitya”) y esta dominado por la ilusion (“Maya”), por lo tanto se le debe rechazar . son estos los que ostentan el nombre de  Vedantines. Con este propósito en vista ahogan, por la fuerza, los turbulentos sentidos,

objetivo este que es preciso alcanzar, y se entregan a la práctica, que es ya famosa, de la supresión de las modificaciones mentales ("chitta vritti niroda") . Como ellos pretenden alcanzar a un estado en que estarán libres de todo deseo, aplican presión, a objeto de abstraer la mente ("Manas") junto con la Conciencia que hay en ella, a fin de contemplarla en un solo punto ("ekagra-siddhi").

Aunque por: este acto de subyugar la Mente estos "Gnanis" se asemejan a las "Prakritis" de la variedad Nirguna, difieren en su concepto de la Divinidad, juzgada por el resultado. Para estos últimos, el desarrollo de poderes es un don de Dios y, por lo tanto, se ha conseguido contacto con Dios, ya que el concepto que ellos tienen del aspecto "Nirguna" de Dios es el de una inmensa acumulación de poderes, pero sin formas. En cambio, para aquellos, los "Prakritas" de la variedad "Nirguna", Dios tiene la forma de la Luz y es un testigo ( "Sakshi" ) muy lejos de las fuerzas materiales y enteramente libres de tal influencia.

Esta idea de los Gnanis se nos representa en la teoría de la inexistencia del mundo, y junto con ella la supresión de los sentidos y la mente. Sin duda que, tras un periodo de auto-inmolaciön, se logra ver la Luz del Atma ("Atma-Jyotí") y se rompen también las ligaduras. A este tipo de práctica se le denomina Atmíya-Pranayama ya que contribuye a la realización del ya mencionado Atman aunque a un gran costo. No obstante la pureza de motivo que logra la liberación de la esclavitud que ha tenido atado al corazón, no se ha logrado la libertad de acción ("Swatantra")  que es el distintivo del éxito en el Yoga, pues habrá de persistir siempre una sensación de vacio, de deseo, aún después de haberse logrado la supresión de las exigencias de los cuerpos materiales consideradas enemigas.

Este deseo o vacío, se debe a que no ha desaparecido el sentido del egoísmo, o egocentrismo, y el origen de está en aquella idea inicial equivocada, de creer qué Atma(espîritu) y Prakrìtí(materia) no están relacionados, que son opuestos entre y que para realizar el Atman hay que suprimir a Prakriti. La realidad es que ambos estân eternamente unidos, actuando uno sobre el otro influenciândose mutuamente, y que jamás, cualquiera que fuere la situación o las condiciones, podrá permanecer uno sin el. otro. Es,esta una verdad. que esas personas tendrán aún que aprender. Por lo tanto, el Pranayama de tipo "Atmiya"  aunque ayuda parcialmente a aquellos que han logrado éxito en sus tentativas para realizar supresiones, no conduce a la realización de la Unidad Trascendente que es Brahm, y tras esto "Swatantra". Se dice que la práctica de regular la respiración, en mínima proporción para comenzar, la ejecuta esta gente en conformidad a las instrucciones del Gurú, pero que posteriormente la descontinuan. A estas personas se les denomina "Nivrittas", o sea, son aquellos; cuyas inclinaciones están dirigidas exclusivamente por introversion, hacia su propio ser interno.

La variedad de Pranayama que se practica en el Adhyatma-Yoga se denomina Suddha-Pranayama y está libre de los tentáculos aprisionantes de las dos variedades anteriores. El "Gitacharya" le prodiga sus alabanzas, diciendo que es "Susukam kartum", o lo que es lo mismo, de lo más agradable de practicar.

En un mundo en que la regla es el juego de los opuestos al que es dificil sobreponerse el hecho de decidirse por una de las partes, de abanderizarse, rinde muy pronto sus resultados. Tenemos asi a los Materialistas, que proceden negando el Principio Espiritual; a los Espiritualistas, que se se empeñan en descartar los siempre presentes y necesarios vehículos materiales y sus legítimas funciones en la vida. No se tiene cuenta de las peleas que ha habido entre una y otra parte, y entre ellos mismos.  Pero en el Adhyatma-Yoga, la fructificacion no obtiene por preferencias de uno sobre otro sobre otro, sino que se logra trascendiendo la influencia de los opuestos mediante el proceso de síntesis ("Sameekarana"), por el cual se nos hace comprensible el sitio que le corresponde a las diversas partes, y su relación con el Todo, con la Unidad. Es un hecho obvio que, para alcanzar esa comprensión, es preciso educar la mente sobre principios verdaderos. Esos principios se encuentran en los tres postulados ("Mahavakyas") siguientes:

“Sarvam Tat Kalvidam Brahm“, TODO ES BRAHM,

“Sarvam Brahma Swabhavajam” TODO ES DE LA MISMA NATURALEZA DE BRAHM.

"Sarvam Avasyakam", TODO ES NECESARIO

que destacan el punto de vista de la síntesis.

En la frase Brahm es Verdad y Jagat es falso" ("Brahm satyam jagat mitya") tan frecuentemente citada por los buscadores del Atman, el divorcio que aquí se postula, y que se ha perpetuado, ha tenido consecuencias desastrosas. Su error fundamental de concepto consiste en igualar al Atman con Brahm  para cuya realización se requiere la liquidación del mundo; esto no sólo nos ha llevado al más deplorable estado de cosas en este paîs (India) durante muchos siglos, sino que ha tenido también por resultados el que, en la mente de muchos, se duda de que el seguir este sendero carezca de valor en cuanto a sus ponderadas excelencias.

Es preciso insistir en lo siguiente: Atman no es Brahm, puesto que Brahm es una trinidad:Atma,Shakti y Prakriti y cada una de estas ocupa un lugar distinto y único en el esquema total, interactuando una sobre otra recíprocamente. No sería posible rechazar el mundo, porque únicamente en está la vida.

El Atma reside en este proceso mundial como el Representante de Brahm; su realización. como paso inicial, aún cuando es importante, no es una cosa completa de por si. Su realización tampoco requiere la desnaturalizaciön de la materia, práctica esta que el GITA condena por impura, o "asûrica":

"Karsayanta sareerastam bootagramam achetasaha, mamchívanta sareerastam tan vídhyanusara níschayam".

De todo esto resulta que, para llegar a superar las influencias materiales ("prakriticas") después de haber comprendido plenamente su alcance y necesidad, hay que seguir un proceso de armonización, aplicado gradualmente. Así, un estudio de la síntesis nos revela ese gran estado de Unidad, de  todo armónico, en el cual las tres fúerzas de Atma Shakti Prakriti se encuentran en completa equiparidad y equilibrio. Ese estado lleva el nombre de Ananda: también se le llama Paraam-Shantí, Nirvana,Turiya Avyakta Atyantam Sukham. y otros nombres mâs. Como fruto de este estudio se adquiere la facultad de doblegar a los opuestos hostiles, pero con un sentido de amistad de todas las relaciones; y aquel que se empeña en esto gradualmente se va liberando de tener que seguir atrapado por el funeste egoísmo, o sea, el persistente concepto del "YO" y de "MIO", llamados Swarthadosha y Karpanyadosha.



Sri T. M. Janardana

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