YOGA
- Sri Vájera Yogui Dasa
- 6 de fev.
- 34 min de leitura
Atualizado: 9 de fev.
Por Benjamín Guzmán Valenzuela (Sri Vájera Yogui Dasa)
Jnana Dhata Suddhacharya do SDM- Mestre Iniciador
10 de junho de 1934
A palavra Yoga significa “união, pegar, juntar”. Nós também usamos a palavra “justaposta” como sendo uma coisa junta, algo pegado.
Esta palavra Yoga significa “união”, tem o mesmo significado que a palavra religião, que também significa “unir”. Religião vem do latim “religar”. Mas aqui temos de prestar atenção principalmente na palavra ligar, religar, religião é apenas palavra, unir. No último domingo, dei vários exemplos sobre a palavra ligar, que é pegar, juntar. Entre eles, por exemplo, trouxe a liga para caçar pássaros, ou a liga que aperta, que se reúne, que se mantém.
Dizer “Eu sigo Yoga” é o mesmo que dizer “Eu sigo a religião”.
Agora por meio do estudo vamos ver que coisa é que o Yoga, que coisa é o que religa a religião. Tirando, como eu disse recentemente um substrato, uma raiz quadrada, na religião é claro que todos eles, mantêm para as instruções o avanço físico, espiritual e mental de seus associados, três caminhos principais.
Estes três principais caminhos na Índia são chamados: Karma Yoga, Jnana Yoga e Bhakti Yoga. Vou repetir muito esses nomes para que os alunos se acostumem com eles, como as palavras Dharma e Karma.
Esta ciência espiritual, porque na Índia a religião é uma ciência submetida à análise lógica e experimentação dos sentidos físicos e espirituais, não é um hobby, mas uma ciência perfeita.
Esses três caminhos que acabei de nomear, que todas as religiões têm, o primeiro é o caminho do conhecimento, o segundo do desejo e o terceiro do raciocínio ou da ação.
Karma Yoga, o caminho da ação, é ou constitui todos os ensinamentos que são dados ao discípulo para a vida ativa no mundo, para que o discípulo tenha a vontade e a energia para trabalhar na vida. Todo o trabalho de construção de casas, templos, confecção de figurinos ou qualquer trabalho que exija principalmente esforço físico, aquele que o executa está seguindo o caminho da ação, chamado na Índia Karma Yoga.
Portanto, toda religião deve ensinar seus discípulos como agir na vida de uma maneira ideal. Se uma religião se afasta desse caminho, ela vai para o desequilíbrio.
O outro caminho, chamado Jnana Yoga, Jnana significa “saber” e Yoga, “união”, ou seja, o caminho que resume todo o conhecimento adquirido até agora, e ainda mais como veremos mais tarde. Jnana Yoga, o caminho do conhecimento, é constituído por todas as escolas, universidades, institutos, professores, instrutores, todas essas pessoas estão principalmente no caminho do conhecimento ou estão atuando no Jnana Yoga, os trabalhadores estão atuando no Karma Yoga. Não se preocupe que eu repita muito esses nomes, é para que aprendam pouco a pouco as palavras mais usuais, é tecnologia científica desta escola.
Os mentalistas também seguem o caminho do Jnana Yoga, ou do conhecimento, pois cultivam a mente, o corpo mental, pois cada caminho tem seu próprio corpo.
Essas pessoas se dedicam ao mentalismo, meditação e concentração de pensamento, portanto, estão seguindo o caminho do Jnana Yoga, ou do conhecimento. Então temos o caminho do Bhakti Yoga, o caminho da devoção.
Uma religião deve ensinar ao homem além do modo de trabalhar na vida, a maneira de instruir a si mesmo, a maneira de adquirir o maior conhecimento para a reencarnação. Também deve ensiná-lo a purificar, elevar e enobrecer seus sentimentos. Há homens de grande atividade, de grande força física, que estão carentes de conhecimento. Há homens muito ativos na vida, de grande educação, de grande conhecimento, sábios verdadeiros, mas com um coração seco, duro e malévolo, eles não têm a nobreza dos sentimentos. Para que um ser seja perfeito, atividade, conhecimento e sentimentos são necessários.
Há um quarto sistema ou um quarto Yoga. Este quarto Yoga não é um Yoga distinto, mas é o resumo e união dos três nomeados anteriormente: Karma, Jnana e Bhakti Yoga. Esse quarto Yoga é o mais apreciado e todos na Índia o chamam Raja Yoga, o Rei do Yoga.
A prática de um desses três caminhos, dispensando outros, nos leva irremediavelmente a erros, mal-entendidos na vida, fanatismo, desvios mentais e sentimentos. Há homens na vida, por exemplo, que, quando se trata de sentimentos, dizem: Para que são os sentimentos da religião? O que é útil é trabalhar. Eles fanatizaram com um aspecto da vida, com uma coisa. É bom fazer as coisas, mas, sem se separar dos outros dois ao executar as obras do mundo.
Um homem evoluído não deixar escapar quando uma obra foi executada com o sentimento, mesmo o mais vulgar. Por exemplo, aqui estou olhando para uma cadeira, um artista da linha que cultivou sua sabedoria, seus pensamentos e seus sentimentos do coração, procura executar ou fazer uma cadeira, as linhas que harmonizam, as formas fornecidas, tudo isso sem contar o resto, porque não estou falando de desenhos ou ornamentos que um objeto pode ter, toda a linha ou forma revela no homem que executa uma certa psique. Assim, em um prédio, um templo, para que não diga nada sobre uma pintura, a alma do artista é transparente, mesmo que esse ato seja fisicamente executado. No entanto, para aquele homem que cultivou seus sentimentos, nesse ato verdadeiramente físico, ele coloca sentimento e conhecimento. Aquele que não parte desses dois caminhos, conhecimento e sentimento de atos, só faz na vida atos cruéis, carente de toda harmonia.
Agora, aquele que realiza os atos com o sentimento, guiado apenas pelo caminho do coração, esse homem é geralmente chamado de religioso místico. Então veremos o quão errada a palavra mística é entendida hoje. O religioso que realiza os atos nada mais do que guiado pelo coração, também erroneamente segue o caminho da vida. Dei muitos exemplos no domingo passado, e alguns foram muito fortes, então me arrependi e não vou repeti-los agora. Basta saber que há pessoas que seguem a religião apenas com o coração, o sentimento puro, a adoração de Deus, a fé em Deus na vida interior, sem qualquer raciocínio ou com um raciocínio elementar; dessa forma, leva ao fanatismo religioso. Por exemplo, as freiras enclausuradas, isso é um fanatismo que veremos mais tarde.
Bons seriam os claustros, mais momentâneos, para centro de meditação, por um certo tempo, mas não para se enterrar em vida.
O homem deve cultivar seus sentimentos, sua devoção, mas com objetivo, tanto mundano como espiritual. Nunca deve o homem se distanciar do segundo caminho, a parte espiritual da parte material, as duas devem caminhar sempre juntas. O coração e o sentimento devem caminhar sempre juntos com a razão, com o cérebro. Aceitar as coisas religiosas por mera fé, pela simples crença, é contrário aos ensinamentos. Os grandes seres que existiram na antiguidade, o próprio Cristo, disse aos doutores da Lei, “Examinai as Escrituras”, e se ler a Bíblia, você deve encontrá-la.
Você tem de examinar as coisas, não apenas lê-las ou passá-las por cima. Você tem de olhar para elas muito bem e todo homem deve seguir esses ensinamentos de Cristo, examinar as suas escrituras, sua religião, não aceitar por mera fé, não aceitar nada porque o coração lhe diz; pode ser sempre quando o coração e o cérebro aceitam essa ideia. Se a você for ensinado um dogma ou lhe contam um mistério que não entende, tente sem medo procurar porque dentro desse mistério pode estar a verdade escondida. Todas as religiões têm seus mistérios, ou seja, seus mistérios maiores e menores, como a Igreja tinha em seus primeiros dias, mas mistérios para alguns, como Cristo disse: “Para que ouvindo não ouçam, para que vendo não vejam”. Mas vocês se lembram que os apóstolos disseram a esse grande Mestre: “Por que você fala em mistérios, em parábolas, por que você não fala com ele como você faz conosco?” Cristo lhes disse: “Que ao ouvir eles podem não entender”. Depois veremos o porquê desse mistério dos religiosos e vamos ver por que até nesse livro que vamos estudar, o Bhagavad Gita, tem também os seus mistérios.
Aquele que deseja rasgar o véu do mistério e deseja com todo o seu coração conhecer a verdade a encontrará. Onde a encontrarão? Isso depende da instrução que tenham alcançado. Se creem que podem encontrá-la aqui, busquem-na aqui, peçam um folheto, mas se creem que podem encontrá-la em outro lugar, sigam para lá, busquem onde possam levantar o véu do mistério. Agora somente levantaremos uma ponta do véu do Bhagavad Gita.
O raciocínio deve sempre ser acompanhado de todos os atos e todos os sentimentos. A religião deve ensinar isso. Acostumar o homem a caminhar de acordo com a sua razão, com seus sentimentos, porque muitas desgraças vêm ao mundo porque o homem não está acostumado a manejar os seus sentimentos, o coração os governa muitas vezes, mesmo quando eles sabem que o sentimento de seu coração é sua fraqueza, sua desgraça, mas é também força do coração que anula o pequeno poder do sentimento que acaba com todos os seres.
Quantas vezes vocês haviam sido muito felizes, se houvessem tido a força do raciocínio ou do pensamento para dominar uma emoção, para dominar um sentimento, para separá-lo de um caminho e guiá-lo por outro. A religião para acompanhá-lo até a felicidade do homem deve ensinar-lhe a ter tal força mental que possa governar os impulsos do coração e com a força mental e o sentimento caminhar corretamente pela vida, como andam os grandes seres, os homens superiores da humanidade.
O Karma Yoga, que falava há pouco, trata principalmente dos atos físicos, que tem sua parte principal na religião com a purificação do corpo físico. É preciso ensinar ao homem que deve manter seu corpo físico como deve ser: são, robusto, vigoroso e cheio de poder físico. Para isso, a religião cultiva principalmente, como sabem, a moral. Entre as partes da moral que a religião principalmente cultiva está o cultivo sexual.
O ensinamento do sexo e sua prática diz principalmente com a purificação do corpo físico, porque vocês não ignoram que por meio do sexo se deixa impuro o corpo físico, contraídas uma infinidade de enfermidades que arruína o organismo, não porque Deus está com raiva ou porque eles se condenam, mas por causa da perturbação física trazida pela falta de conhecimento no poder criador.
Este é um estudo que toda religião deve ensinar a seus fiéis. A purificação do corpo é feita por meio de banhos físicos. Mas muito pouco se diz nos púlpitos sobre a limpeza externa do indivíduo, e alguns sacerdotes serão vistos sujos e imundos a um quarteirão de distância, mas as pessoas confundem sujeira com santidade e honestidade.
O exemplo de Cristo nos diz que Ele era extremamente limpo e há uma cerimônia na Igreja celebrada todos os anos onde os pés são lavados. Não é que se faz uma vez ao ano, mas é para recordar a limpeza.
A cabeça de Cristo era muito limpa e ainda perfumada, como recordarão que Maria Madalena derramava banhos cheirosos e Cristo não os recusava. Não digo para que façam tanto, a não ser que mantenham a limpeza externa. Os grandes Yogues da Índia se banham três vezes ao dia, ao amanhecer, ao meio-dia e na hora de dormir.
A limpeza interior é feita por meio da alimentação. Quando se toma leite, vinagre, quando se ingerem cadáveres, naturalmente que todas essas toxinas, decomposição da carne morta, pois a carne é putrefação, o animal começa a se decompor a partir do momento em que morre, mas nós com nosso olfato deficiente não o sentimos. Ainda mais, dizem os Yogues que há animais decompostos antes de morrer pelo susto. Tudo isso é engolido pelo homem, logo deixa seu corpo cheio de toxinas e dificuldades.
Os Brâmanes também possuem um sistema para dar maior força ao organismo. Este sistema se chama Pranayama: a respiração, a força da vida e do universo.
Eles dizem que o universo está cheio de energia, como existe o ar, mais completo é o universo de Prana. Este Prana junto com o ar que respiramos é transportado dentro do organismo. Quando você está cansado tenta tomar Prana, a força vital. Quando você quer pegar força em um braço, por exemplo, e bater, você sozinho move o braço no ar. Vamos estudar isso mais tarde. Esta força de Prana para o corpo revigora-o da cabeça aos pés.
Temos no caminho do Karma Yogue a purificação do corpo físico, externo e interno, a força da saúde, mas nos falta um ponto essencial. Este Karma Yoga nos conduz à ação, mas temos de ter uma finalidade e as religiões têm de nos levar a saber o resultado que a vida tem no mundo. Qual é este resultado? Perfeição na ação.
A perfeição na ação consiste em atuar no mundo sem se apegar ao fruto. Este é o ensinamento principal. Quando o homem trabalha no mundo de forma altruísta, quando um ser inteiro se acostuma realizar os atos de sua vida sem se apegar a esses mesmos atos, ao fruto da ação, então um hindu dá o título a esse homem de Karma Yogue.
Geralmente, quando fazemos uma ação, estamos cientes do fruto. Por exemplo, quando damos uma esmola, estamos cientes da gratidão. Quando executamos um serviço, ficamos esperando a remuneração. O Yogue executa todos os tipos de serviços sem nunca esperar uma recompensa, sem estar ligado a este fruto. Então, se algo é feito e não acaba para ele, ele permanece sereno, nunca perde a sua serenidade, caminha absolutamente em paz na vida, executando todos os atos sem aderir a qualquer fruto. Está livre de apego ao fruto da ação.
Dentro do estudo do conhecimento que toda a Igreja deve dar, toda religião aos homens, portanto, olhar com muito cuidado, nenhuma religião deve impedir o homem de pensar, de duvidar de algo, se isso o impede de duvidar, ele anula seu pensamento, está sufocando seu pensamento.
Existem religiões no mundo que sufocam o pensamento da humanidade colocando medo neles, que se duvidarem terão muitas punições. O homem deve ter sempre dúvidas. Ela deve caminhar dentro do conhecimento físico e espiritual acompanhada de dúvida, pois a dúvida nos faz investigar e a pesquisa nos leva à experiência e experiência nos leva à ciência, à verdade. Mas não devemos confundir dúvida com ser teimoso, devemos conscientemente duvidar, duvidar de uma ciência e caminhar com fé razoável, até que você alcance a realização da dúvida, da verdade.
Portanto, o que falo não imponho a ninguém e os Mestres dessa Escola nunca pretenderam impor os seus ensinamentos; hesite e quando achar conveniente aceitá-lo, a partir de sua própria experiência, em seguida, aceite-o.
Agora, a perfeição no conhecimento consiste em chegar ao que na Índia é chamado de intuição. Esse caminho do conhecimento tem de levá-lo à perfeição ou à sabedoria, pois o raciocínio não consiste na intuição, não consiste na análise das coisas, a intuição sabe as coisas por golpe direto. Por exemplo: ouço uma sinfonia, de repente uma nota soa falsa, não tenho conhecimento de música, mas essa nota desarmoniosa colide e percebo que houve uma falha. Um conhecedor da teoria da música é realizado pela intuição ou pelo desafinamento da nota, sem raciocínio, sem pensar.
Da mesma forma, a intuição conhece a verdade pela simples união com ela. Sem raciocínio, sem estudo.
Raja Yoga, ou seja, a união dos três caminhos consiste em liderar toda a humanidade, como eu gostaria que todos vocês fossem, e eu também, ativos na vida. Todas as manhãs para se levantar com um forte poder interno, com grande força física e imensa vontade, uma vontade que ninguém pode distorcer a determinação, como veremos no Gita.
Homens fracos são muitas vezes torcidos por meio da lisonja ou também através de punição ou sofrimento. Não pode haver causa, sem bajulação, sem punição, sem recompensa, nenhuma derrota seja capaz de distorcer a vontade do homem, se todos nós caminharmos com essa força interior, com essa vontade de ferro, se formos sempre guiados por uma sabedoria clara. Mas como eu disse no último sábado, isso ainda não é suficiente, embora com toda essa perfeição de ação, sentimento e conhecimento, eles parecem já ter alcançado o auge. Muito mais é necessário dentro do caminho espiritual (o Yoga). Você precisa ir muito mais longe. É necessário como Cristo disse: “Para o reino dos Céus depois de mortos” – deve-se entrar no simbolismo da religião.
O homem com toda essa perfeição mundana tem de se unir ao Eu superior, ao espírito, à alma interior do nosso ser, ele tem de despertar sua alma, tem de despertar todos os sentidos interiores de seu espírito. Assim como temos os sentidos físicos abertos, temos de despertar a visão da alma e ver os seres espirituais do mundo espiritual. Temos de despertar os ouvidos astrais e ouvir os sons e palavras de seres desencarnados. Temos de nos conhecer melhor. Temos de ver nossa própria alma.
O homem que veio para despertar seu Eu interior, para ver sua própria alma, diz-se possuir uma cultura integral. Então eles o reconhecem como um homem culto diante de nós.
Um dos livros que trata da cultura integral é o Bhagavad Gita. É de grande importância e se você gosta, continue vindo para aprofundar e discutir esses ensinamentos e tenho certeza de que você vai reconhecer que é realmente assim. O Gita é um livro notável, muito útil para alcançar a cultura integral.
Todas as grandes Igrejas procuram levar os homens à santidade, isto é, fazer do homem vulgar um super-homem, um possuidor da cultura integral.
No mundo, muito comumente vemos homens-bestas, não fazendo nada na vida, do que viver como animais vivem. Eles comem, procriam, dormem e seguem paixões como animais, e não fazem nada além de serem animais. Também vemos muitos homens, que são humanos, que têm suas paixões animais, que brotaram em seus corações, coisas mais nobres na vida, têm sentimentos de eternidade, de cooperação, de ajuda, que têm pouco egoísmo. Também vemos homens no mundo cheios de conhecimento, de sabedoria, que são chamados de sábios, mas há desses sábios, sábios que são bestas e sábios que são humanos. Todas as religiões devem ser tão instrutivas que podem levar o homem-besta para cima e para cima um pouco mais, o humano. Criá-lo pouco a pouco para maior sabedoria, para torná-lo sábio, porque a religião tem como seu propósito, fazer todos os homens, homens santos.
O homem santo é superior ao homem sábio. Para ser santo é preciso ser sábio e aquele que não tem sabedoria não é santo. O santo é um homem cheio de compreensão, justo e possuidor de todos os atributos nobres, deixando de lado o domínio das paixões humanas. O Gita tenta tirar o homem do estado apaixonado e passá-lo para o estado divino, para o sagrado.
Há muitos livros sagrados no mundo. Temos no Egito o Livro dos Mortos; no Cairo, o Alcorão; na Índia, os Vedas; a Bíblia etc. Todos esses livros sagrados têm uma coisa peculiar, nenhum livro se livra disso, e isso é que todos esses livros têm: mistérios escondidos. Todos esses livros são cercados com sete chaves, e é muito difícil para um homem pegar as chaves e ser capaz de ler os seus mistérios. Por que esse mistério existe? Por que esse conhecimento não é dado livremente ao mundo? Por que as religiões querem levar o homem à perfeição e à sabedoria e escondem dele a mais profunda das sabedorias?
Porque, dentro dessa sabedoria religiosa está embrulhado o conhecimento dos poderes do espírito, poderes muito mais poderosos que a força que o homem pode empregar materialmente.
Todos os poderes, os milagres dos santos, até mesmo o poder de ressuscitar os mortos que aparecem nos livros sagrados, em todos são descritos a maneira de usá-los, e se a maneira de usar esses poderes foram tomadas por um homem de má consciência que não cultivou seus sentimentos, de pensamentos malignos que não cultivaram seu corpo mental, este homem faria uso terrível de poderes espirituais. Cristo disse aos seus apóstolos, “Não lance as pérolas nem as margaridas sobre os porcos, porque eles vão pisoteá-los”, é por isso que esses livros sagrados, esses livros místicos cheios de mistérios, são fechados, mesmo que não sejam usados por um homem que não o inicie com tal conhecimento por um verdadeiro Mestre.
Você tem que saber como interpretar tais livros sagrados e saber lê-los em sua forma histórica e mística. Quantas vezes eu conheci homens que se diziam iluminados, que riam alto da Bíblia, porque eles estavam vendo a concha, eles estavam vendo a máscara que foi colocada naquele livro. Eles estavam rindo do que eles não entendem, ou seja, eles estavam rindo de sua própria ignorância.
Agora, ao ler um livro sagrado, toda a frase não deve ser interpretada, mas deve haver uma interpretação para cada palavra, e cada palavra em estudo sagrado muitas vezes tem um significado muito diferente daquele dado a ele, fora dessas palavras comuns que ao longo do tempo foram distorcendo seu significado, para interpretá-lo completamente diferente. Eu vou dar um exemplo um pouco bruto, se quiser, mas preste atenção e você vai entender essa palavra.
A palavra “amor”. Com o tempo, essa palavra tomou diferentes significados. Hoje em dia, quantas pessoas no mundo, muitos amigos seus que você conhece, dão à palavra “amor” um significado que não ouso dizer, mas algo como uma nota de cem pesos; uma nota de mil pesos é um grande amor, e uma de um peso, é um amor que não vale nada. Com isso você coloca sua intuição e verá que as palavras mudam com o tempo. A palavra “diabo” antes, por exemplo, significava um ser divino, agora tudo de cabeça para baixo é um diabo. Os Vedas como o Gita têm muitas interpretações e vamos tentar lhe dar uma interpretação, que você de acordo com seu conhecimento será capaz de interpretar e com o tempo, você vai interpretá-lo de uma forma diferente.
Quem interpreta o Gita diz o seguinte: pode ser interpretado com pelo menos sete chaves diferentes, podendo se referir à evolução do homem, do mundo, do universo, à Hierarquia, à natureza e ao caráter moral, etc.
O Gita é um canto guerreiro, um poema épico, muito mais antigo que a Ilíada e todos os escritores calculam que esse livro tenha 12 mil anos. De acordo com as primeiras frases desse livro, que são as seguintes (leia-se):
Aqui vamos interpretar essa frase. Esta mesma pergunta foi feita por você muitas vezes. Por que há tantas dores na vida, as doenças, as injustiças, as guerras, os ódios e as ofensas, por que este mundo é tão ruim? Além disso, quantas vezes perguntaram: por que nasci? de onde vem minha alma? por que estou aqui se minha alma é imortal dizem, onde vou parar? por que neste mundo estou sujeito a viver de dor e prazer, nunca encontrando paz e tranquilidade completas para minha alma?
O que estou falando é o mesmo que Dhritarashtra diz. Vocês são os reis sábios que estão trancados em seu próprio castelo. Vocês têm um espírito que ninguém vê. Vocês têm seu corpo, suas muralhas e são reis aprisionados e cegos. (Leia assim que o Príncipe G. avistou o exército por ordem de...)
Vamos explicar. Quando o homem se pergunta, “de onde eu venho?”, “quem sou eu?”, “para onde estou indo?”, é porque ele já conseguiu bastante progresso interno. O homem comum, o homem vulgar, nunca pensa de onde ele vem ou para onde ele vai, ele vive a vida e nada mais. O homem que quer investigar a verdade, este é um homem superior. Ele é um homem que lança a pergunta: “quem é esse ser que pensa dentro de mim?”; “como é possível que a matéria pura tenha chegado ao estado de pensar em conhecer a si mesma?”
Quando essa pergunta é feita, o homem quer saber a verdade, então começa a sujeitar suas paixões, ele começa a ir para o despertar de sua alma, porque quer saber a verdade, que a verdade que todas as religiões dizem que são possuidoras e ainda ninguém as possui em particular. Essa verdade que todos os homens têm dentro de seu ser. Todo mundo tem em seu interior, o homem vai até lá.
O homem quer ver seu espírito, percebe que todas as paixões o ofuscam e são verdadeiros guerreiros que vão contra si mesmos. Todas as suas paixões, todos os seus desejos dos quais ele não pode se desprender e dos quais ele quer se afastar. Quando queremos destruir as paixões, elas se revelam e se tornam mais poderosas, querem comandar e dirigir nosso Eu superior.
Aquele homem que tem de lutar contra esse exército de paixões, aquele enorme exército, também tem outro exército de boas qualidades, de qualidades ideais e tem de colocar às vezes as qualidades boas e ruins em ordem de batalha. Essas qualidades malignas aparecem no Gita, como os Kauravas e os guerreiros de boas qualidades como Pândavas.
Mas esse rei cego grita, como se vê, e pede para conhecer a vida. Na Índia, esses seres experientes são chamados de Mestres, os Grandes Seres, os Iniciados. Pouco a pouco, veremos que ele é um iniciado.
Na próxima palestra falarei principalmente desses Iniciados da Índia, conhecedores das leis do mundo material e espiritual, são homens superiores, de sua superioridade é que esses livros consistem, esses ensinamentos que chegaram até nós, são homens possuidores da cultura integral, são homens que têm a perfeição humana e atingiram o grau de Buda ou Cristo (leia “contempla, Ó Mestre, as hostes formidáveis etc.”).
Contemplem por si mesmos a enormidade dos desejos que vocês têm e o quanto esses desejos os incomodam. Contemplem as suas qualidades. Com ambos os exércitos vocês terão de ir à luta para alcançar a iniciação, para alcançar o despertar da alma, para chegar a conhecer a si mesmos, para ver este mundo e ver o outro.
Para o próximo domingo espero ter todos vocês aqui acompanhados de seus amigos e se achar interessante, estudar, penso ser muito interessante. Convide seus amigos. Pode ser que lhe sirva algo que, embora agora minhas palavras entrem em você por um ouvido e saiam pelo outro, pode chegar um momento na vida em que sirva para algo.
Espero vocês no próximo domingo.
Texto traduzido a partir do original em espanhol por Jaimini Sanatan Guru Dasa (Robson Gimenes),
Acharya Instrutor, do Ashram Sarva Mangalam, da Suddha Dharma Mandalam.
CONFERENCIA DICTADA POR
DON BENJAMÍN GUZMÁN VALENZUELA
SANTIAGO,10 DE JUNIO DE 1934.
La palabra Yoga significa unión, pegar, juntar. Nosotros también empleamos la palabra “yuxtapuesto” es una cosa junta, una cosa pegada.
Esta palabra Yoga que significa unión, tiene el mismo significado que la palabra religión, que también significa unir. Religión viene del latín, religar. Pero aquí hay que poner atención principalmente en la palabra ligar, religar, religión, es una sola palabra, unir. Puse varios ejemplos el domingo pasado sobre la palabra ligar, que es pegar, juntar. Entre ellos puse, por ejemplo: la liga para cazar pájaros, o la liga que aprieta, que junta, que sujeta.
Decir “Yo sigo Yoga” es lo mismo que decir “Yo sigo la religión”
Ahora por medio de este estudio vamos a ver qué cosa es lo que une el Yoga, que cosa es lo que religa la religión. Sacando, como decía hace poco un substractum, una raíz cuadrada, en la religión se ve claramente que todas ellas, mantienen para las instrucciones el avance físico, espiritual y mental de sus asociados, tres senderos principales.
Estos tres senderos principales en la india los llaman: El Karma Yoga, Gnana Yoga y Bhakti Yoga. Voy a repetir mucho estos nombres para que los estudiantes se vayan acostumbrando a ellos, como a la palabra Dharma y Karma.
Esta ciencia espiritual, porque en la India la religión es una ciencia sometida a los análisis lógicos y a las experimentaciones de los sentidos físicos y de los sentidos espirituales, no es un pasatiempo, sino es una ciencia perfecta.
Estos tres senderos que acabo de nombrar, que tienen todas las religiones el primero es el sendero del conocimiento, el segundo del deseo y el tercero el del raciocinio, de la acción.
El Karma Yoga o sendero de la acción, es o constituye todas aquellas enseñanzas que se dan al discípulo para la vida activa en el mundo, para que el discípulo tenga voluntad y energía para trabajar en la vida. Todo trabajo de construcción de casas, templos, hacer trajes o cualquier trabajo que demande principalmente el esfuerzo físico, el que lo ejecuta, está siguiendo el sendero de la acción, denominado en la India: Karma Yoga.
Por lo tanto, toda religión debe enseñar a sus discípulos la manera de actuar en la vida en óptima forma. Si una religión se aparta de este sendero va al desequilibrio.
El otro sendero, el denominado Gnana Yoga, Gnana significa = conocer y Yoga = unión, es decir el sendero que resume todos los conocimientos hasta ahora adquiridos, y más todavía como veremos después. El Gnana Yoga o sendero del conocimiento, lo constituyen todos los colegios, las universidades, los institutos, los profesores, los instructores, todas estas personas principalmente están en el sendero del conocimiento o están actuando en el Gnana Yoga, los trabajadores están actuando en el Karma Yoga. No les importe que repita mucho estos nombres, es para que vayan aprendiendo poco a poco las palabras más usuales, es tecnología científica de esta escuela.
Los mentalistas también siguen el sendero del Gnana Yoga o del conocimiento, puesto que cultivan la mente, el cuerpo mental, porque cada sendero tiene su cuerpo.
Estas personas se dedican al mentalismo, meditación y concentración del pensamiento, por lo tanto, están siguiendo el sendero del Gnana Yoga o del conocimiento. Enseguida tenemos el sendero del Bhakti Yoga o el sendero de la devoción.
Una religión debe enseñar al hombre además de la manera de trabajar en la vida, la forma de instruirse, la manera de adquirir el mayor conocimiento para la reencarnación. Debe también de enseñarle la manera de purificar, elevar y ennoblecer sus sentimientos. Hay hombres de mucha actividad, de mucha fuerza física y son faltos de conocimiento. Hay hombres muy activos en la vida, de mucha instrucción, de grandes conocimientos, verdaderos sabios, pero con un corazón seco, duro, malévolo, les falta la nobleza de los sentimientos. Para que un ser sea perfecto se necesita la actividad, el conocimiento y los sentimientos.
Hay un cuarto sistema o un cuarto Yoga. Este cuarto Yoga no es un Yoga distinto, sino que es el resumen y la unión de los tres nombrados anteriormente: Karma, Gnana, Bhakti y Yoga. Este cuarto Yoga es el más apreciado y todos en la India lo llaman el Rey del Yoga o Raya Yoga.
La práctica de uno de estos tres senderos, prescindiendo de los demás nos lleva irremisiblemente a errores, a incomprensiones en la vida, al fanatismo, a desvíos mentales y de sentimientos. Hay hombres en la vida, por ejemplo, que tratándose de sentimientos dicen: ¿Para qué sirven los sentimientos de la religión? Lo que sirve es trabajar. Esos se han fanatizado con un aspecto de la vida, con una cosa. Es bueno hacer las cosas, pero, sin separarse de los otros dos al ejecutar las obras del mundo.
Para el hombre evolucionado no se le escapa cuando una obra ha sido ejecutada con el sentimiento, aun la más vulgar. Por ejemplo, aquí estoy mirando una silla, un artista de la línea que tenga cultivada su sabiduría, sus pensamientos y sus sentimientos del corazón, busca para ejecutar o hacer una silla, las líneas que armonizan, las formas proporcionadas, todo esto sin contar lo demás, porque no hablo de dibujos ni adornos que pueda tener un objeto, toda la línea o la forma revelan en el hombre que la ejecuta cierta siquis. Así en un edificio, un templo, para que decir nada de un cuadro, se transparenta el alma del artista, aunque sea aquel acto, un acto ejecutado físicamente. Sin embargo, para aquel hombre que ha cultivado sus sentimientos, en aquel acto verdaderamente físico, pone el sentimiento y el conocimiento. El que no parte de estos dos senderos, conocimiento y sentimiento de los actos, solamente hace en la vida actos toscos, faltos de toda armonía.
Ahora bien, el que ejecuta los actos con el sentimiento, guiado nada más que por el sendero del corazón, ese hombre generalmente se llama el religioso místico. Después veremos cuan equivocada se entiende hoy día la palabra místico. El religioso que ejecuta los actos nada más que guiado por el corazón, va también erróneamente por el sendero de la vida. Puse muchos ejemplos el domingo pasado, y algunos fueron demasiado fuertes, después me arrepentí y no los voy a repetir ahora. Basta saber que hay personas que siguen la religión nada más que con el corazón, el puro sentimiento, la adoración a Dios, la fe a Dios en la vida interior, sin ningún raciocinio o con un raciocinio elemental; en esa forma se conduce al fanatismo religioso. Por ejemplo, las monjas enclaustradas, eso es un fanatismo que veremos más adelante.
Buenos serían los claustros, pero momentáneamente, para centros de meditación, por determinado tiempo, pero no para enterrarse en vida.
El hombre debe cultivar sus sentimientos, su devoción, pero con un objeto, tanto mundano como espiritual. Nunca debe el hombre apartar el segundo sendero, la parte espiritual de la parte material, las dos deben marchar siempre juntas. El corazón, el sentimiento, deben marchar siempre juntos con la razón, con el cerebro. Aceptar las cosas religiosas por mera fe, por simple creencia, es contrario a las enseñanzas. Los grandes seres que ha habido en la antigüedad, el mismo Cristo, dijo a los doctores de la Ley “Escudriñar las escrituras”, y si ustedes leen la Biblia lo deben encontrar.
Hay que escudriñar las cosas, no solo leerlas o pasarlas por encima, hay que mirarlas muy a fondo y todo hombre debe seguir esas enseñanzas de Cristo, escudriñar sus escrituras, su religión, no aceptar por mera fe, no aceptar nada porque el corazón se lo dice; que sea siempre cuando el corazón y el cerebro aceptan aquella idea. Si a usted le enseñan un dogma o le dicen un misterio que no comprende, trate sin temor alguno de escudriñar porque dentro de ese misterio puede estar la verdad escondida. Todas las religiones tienen sus misterios, es decir sus misterios mayores y menores, como tuvo la iglesia en sus primeros días, pero misterios para algunos, como dijo Cristo “Para que oyendo no oigan, para que viendo no vean” Pero los apóstoles recuerden ustedes que le decían a este gran Maestro: ¿Por qué le habláis en misterios, en parábolas, por qué no le habláis como a nosotros? Cristo les decía: “Para que oyendo no entiendan”. Después veremos porque este misterio de los religiosos y vamos a ver porque hasta en este libro que vamos a estudiar, el Bagavad Gita, tiene también sus misterios.
El que desee rasgar el velo del misterio y desee con todo su corazón conocer la verdad, la encontrará. ¿Dónde la encontraran ustedes? Eso depende de la instrucción que hayan alcanzado. Si creen que la pueden encontrar aquí, búsquenla aquí, pidan un folleto, pero si creen que la pueden encontrar en otro sitio vayan hacia allá, busquen ustedes donde puedan levantar el velo del misterio. Ahora solamente levantaremos una punta del velo del Bagavad Gita.
El raciocinio debe acompañarse siempre a todos los actos a todos los sentimientos. Debe la religión enseñar esto. Acostumbrar al hombre a marchar de acuerdo con su razón, con sus sentimientos, porque muchas desgracias vienen en el mundo porque el hombre no está acostumbrado a manejar sus sentimientos, el corazón los manda muchas veces, aun cuando ellos saben que el sentimiento de su corazón es su debilidad, su desgracia, pero es también fuerza del corazón que anula el pequeño poder del sentimiento que fataliza a los seres.
Cuantas veces ustedes habrían sido muy felices si hubieran tenido la fuerza del raciocinio o del pensamiento para dominar una emoción, para dominar un sentimiento, para apartarlo de un camino y guiarlo por otro. La religión para acompañarlo hacia la felicidad del hombre debe enseñarle a tener tal fuerza mental que pueda gobernar los impulsos del corazón y con la fuerza mental y el sentimiento marchar rectamente en la vida, como marchan los grandes seres, los hombres superiores de la humanidad.
El Karma Yoga que hablaba hace un momento, trata principalmente de los actos físicos, que tiene su parte principal en la religión con la purificación del cuerpo físico. Hay que enseñarle al hombre que debe mantener su cuerpo físico como debe ser; sano, robusto, vigoroso, lleno de poder físico. Para esto la religión cultiva principalmente como saben ustedes, la moral. Entre las partes de la moral que principalmente cultiva la religión, entra el cultivo sexual.
La enseñanza del sexo y su práctica dice principalmente con la purificación del cuerpo físico, porque ustedes no lo ignoran que por medio del sexo se impurifica el cuerpo físico, se contraen un sin número de enfermedades que arruina el organismo, no porque Dios se enoje o porque se condenen, sino por la perturbación física que trae la falta de conocimiento en el poder creador.
Este es un estudio que debe enseñar toda religión a sus fieles. La purificación del cuerpo se hace por medio de los baños físicos. Pero muy poco se habla en los púlpitos sobre la limpieza exterior del individuo, y a algunos sacerdotes los verán ustedes sucios y mugrientos a una cuadra de distancia; pero la gente confunde la mugre con la santidad y honradez.
El ejemplo de Cristo nos dice que Él era extremadamente limpio, y hay una ceremonia en la iglesia que se celebra todos los años y es el lavado de los pies. No es que se haga una vez al año, sino que es para recordar la limpieza.
La cabeza de Cristo era muy limpia y aun perfumada, como ustedes recordaran María Magdalena le echaba ungüentos olorosos y Cristo no los rechazaba. Yo no digo que ustedes hagan tanto, sino que mantengan la limpieza exterior. Los grandes Yoguis de la India se bañan tres veces al día, al amanecer, al medio día y al acostarse.
La limpieza interior se hace por medio de la alimentación. Si se toma leche, vinagre, si se comen cadáveres, naturalmente que todas estas toxinas, descomposición de la carne muerta, por lo menos la carne es putrefacción, porque el animal comienza a descomponerse desde el mismo momento que muere, pero nosotros con nuestro olfato malo no lo sentimos. Aún más dicen los Yoguis que hay animales descompuestos antes de morir por el susto. Todo eso lo traga el hombre, luego deja su cuerpo lleno de toxinas y de dificultades.
También tienen los Brahmanes un sistema para dar mayor fuerza al organismo. Este sistema se llama Pranayama. La respiración, la fuerza de la vida, del universo.
Ellos dicen que el universo está lleno de energía, como existe aire, más lleno está el universo de Prana; este Prana junto con el aire que nosotros respiramos lo lleva adentro el organismo. Cuando ustedes están cansados tratan de tomar Prana, la fuerza de la vida. Cuando ustedes quieren tomar fuerza en un brazo, por ejemplo, y pegar, ustedes solos intuitivamente mueven el brazo en el aire. Esto lo estudiaremos después. Esta fuerza de Prana al cuerpo lo vigoriza de la cabeza a los pies.
Tenemos en el sendero del Karma Yogui la purificación del cuerpo físico, externo e interno, la fuerza de la salud, pero nos falta un punto muy esencial; este Karma Yoga nos va llevando a la acción, pero tenemos que tener una finalidad y las religiones tienen que llevarnos a saber el resultado que tiene la vida en el mundo. ¿Cuál es este resultado? Perfección en la acción.
La perfección en la acción consiste en accionar en el mundo sin apegarse al fruto. Esta es la enseñanza principal. Cuando el hombre trabaja en el mundo desinteresadamente, cuando un ser entero se acostumbra a ejecutar los actos de su vida sin apegarse a esos mismos actos, al fruto de la acción, entonces un hindú da el título a ese hombre, de Karma Yogui.
Generalmente cuando hacemos una acción estamos pendiente del fruto. Por ejemplo: cuando hacemos una limosna, estamos pendientes del agradecimiento. Cuando hacemos un servicio, estamos pendientes de que se nos retribuya. El Yogui hace toda clase de servicios sin esperar nunca una recompensa, sin estar apegado a este fruto. Así es que si se hace algo y no le resulta se queda sereno, no pierde jamás la serenidad, marcha absolutamente en paz en la vida, ejecutando todos los actos sin apegarse a ningún fruto. Esta libre del apego del fruto de la acción.
Dentro del estudio del conocimiento que debe darle toda la iglesia, toda religión a los hombres, por lo tanto, fíjense muy bien, ninguna religión debe impedir que el hombre piense, que dude en algo, si le impide que dude, anula su pensamiento, le está sofocando el pensamiento.
Hay religiones en el mundo que sofocan el pensamiento de la humanidad metiéndoles miedo, de que si dudan tendrán muchos castigos. El hombre debe siempre tener dudas. Debe marchar dentro del conocimiento físico y espiritual acompañado de la duda, porque la duda nos hace investigar y la investigación nos lleva a la experiencia y la experiencia nos conduce a la ciencia, a la verdad. Pero no hay que confundir la duda con ser testarudo, hay que dudar conscientemente, hágase de la duda una ciencia y marche con fe razonable hasta conseguir la realización de la duda, de la verdad.
Por lo tanto, lo que yo hablo no se lo impongo a nadie y los Maestros de esta Escuela jamás pretendieron imponer sus enseñanzas; dude y cuando usted crea conveniente aceptarlo por su propia experiencia, entonces acéptelo.
Ahora, la perfección en el conocimiento consiste en llegar a lo que en la India se llama la intuición. Este sendero del conocimiento tiene que llevarlo a la perfección o hacia la sabiduría, porque el raciocinio no consiste en la intuición, no consiste en el análisis de las cosas, la intuición conoce las cosas por golpe directo. Por ejemplo: yo escucho una sinfonía, de repente suena una nota falsa, yo no tengo ningún conocimiento de música, pero esa nota desarmónica choca y yo me doy cuenta de que había una falla. Un conocedor de la teoría musical se da cuenta por la intuición o por la desafinación de la nota, sin raciocinio, sin pensamiento.
Igualmente, la intuición conoce la verdad por simple unión con ella. Sin raciocinio, sin estudio ninguno.
El Raya Yoga, o sea la unión de los tres senderos consiste en llevar a la humanidad entera, como yo quisiera que fueran todos ustedes, y yo mismo también, activos en la vida. Todas las mañanas levantarse con una fuerte potencia interior, con gran fuerza física e inmensa voluntad, una voluntad que nadie pueda torcer la determinación, tal como veremos en el Gita.
Muchas veces se tuerce a los hombres débiles por medio de halagos o también por medio de castigos o sufrimientos. Que ninguna causa, ni halago, ni castigo, ni premio, ni derrotas puedan torcer la voluntad del hombre si todos nosotros marchamos con esta fuerza interior, con esa voluntad de hierro, si somos siempre guiados por una clara sabiduría. Pero como dije el sábado pasado, esto no es suficiente todavía, aunque con toda esta perfección de la acción, el sentimiento y el conocimiento, parecen haber llegado ya, al pináculo. Se requiere muchísimo más dentro del sendero espiritual o del Yoga. Se necesita llegar muchísimo más allá. Es necesario como dijo Cristo: “Al reino de los Cielos después de muertos” – hay que entrar al simbolismo de la religión.
El hombre con toda esta perfección mundana tiene que unirse al Yo superior, al espíritu, al alma interior de nuestro ser, tiene que despertar a su alma, tiene que despertar todos los sentidos internos de su espíritu. Así como tenemos abiertos los sentidos físicos, tenemos que despertar la vista del alma y ver los seres espirituales del mundo espiritual. Tenemos que despertar los oídos astrales y oír los sonidos y las palabras de los seres incorpóreos. Tenemos que llegar a conocernos nosotros mismos. Tenemos que llegar a ver nuestra propia alma.
El hombre que ha llegado a despertar su Yo interno, a ver su propia alma, se dice que es poseedor de una cultura integral. Entonces Ellos lo reconocen por un hombre culto ante nosotros.
Uno de los libros que trata sobre la cultura integral es el Bagavad Gita. Es de gran importancia y si a ustedes les gusta, sigan viniendo para que vayan profundizando y discutiendo estas enseñanzas y yo estoy seguro de que ustedes reconocerán que verdaderamente es así. El Gita es un libro notable, utilísimo para conseguir la cultura integral.
Todas las grandes iglesias pretenden llevar a los hombres hacia la santidad, es decir, hacer del hombre vulgar un súper hombre, un poseedor de la cultura integral.
En el mundo vemos muy corrientemente a hombres bestias, no hacer otra cosa en la vida, que vivir como viven los animales. Ellos comen, procrean, duermen y siguen las pasiones como los animales, y no hacen otra cosa que ser unas bestias. También vemos a muchos hombres, que son humanos, que tienen sus pasiones animales, que han brotado en sus corazones, cosas más nobles en la vida, tienen sentimientos de la eternidad, de cooperación, de ayuda, que tienen poco egoísmo. También vemos hombres en el mundo llenos de conocimientos, de sabiduría, que son denominados sabios, pero, hay de estos sabios, sabios que son bestias y sabios que son humanos. Todas las religiones, deben ser de tal forma instructivas que puedan llevar hacia arriba al hombre bestia y subir un poquito más, al humano. Levarlo poco a poco a mayor sabiduría, convertirlo en sabio, porque la religión tiene como finalidad, hacer de todos los hombres, hombres santos.
El hombre santo es superior al hombre sabio, para ser santo se necesita ser sabio, y el que es falto de sabiduría no es santo. El santo es un hombre lleno de comprensión, justo y poseedor de todos los atributos nobles, dejando a un lado el dominio de las pasiones humanas. El Gita trata de tomar al hombre desde el estado pasional y pasarlo al estado divino, al sagrado.
Hay muchos libros sagrados en el mundo. Tenemos en Egipto “El libro de los muertos”, en el Cairo “El Corán”, en la India “Los Vedas”, la Biblia, etc. Todos estos libros sagrados tienen una cosa peculiar, ningún libro se libra de esto, y es que todos esos libros tienen misterios ocultos, todos estos libros están cercados con siete llaves, y es muy difícil que un hombre tome las llaves y pueda leer los misterios de esos libros. ¿Por qué existe ese misterio? ¿Por qué no se le da al mundo libremente ese conocimiento? ¿Por qué si las religiones quieren llevar al hombre hacia la perfección, hacia la sabiduría y le ocultan la más profunda de las sabidurías?
Porque, dentro de esa sabiduría religiosa va envuelto el conocimiento de los poderes del espíritu, poderes mucho más poderosos que la fuerza que el hombre puede emplear materialmente.
Todos los poderes, los milagros de los santos, hasta el poder de resucitar muertos que aparecen en los libros sagrados, en todos está descrita la manera de usarlos, y si se tomase la manera de usar estos poderes por un hombre de mala conciencia que no ha cultivado sus sentimientos, de malos pensamientos que no ha cultivado su cuerpo mental, este hombre haría un pésimo uso de los poderes espirituales. Cristo les dijo a sus apóstoles “No echéis las perlas ni las margaritas a los puercos, porque las pisotearan” por eso estos libros sagrados, estos libros místicos llenos de misterios, están cerrados, así no los usara el hombre que no lo inicie en tal conocimiento un verdadero Maestro.
Hay que saber interpretar los libros sagrados y saber leerlos en su forma histórica, mística. Cuantas veces no me he encontrado con hombres que se dicen ilustrados que se burlan a carcajadas de la Biblia, porque ellos están viendo la cáscara, están viendo la máscara que se ha puesto a ese libro, se están riendo de lo que no entienden, es decir se están riendo de su propia ignorancia.
Ahora, cuando se lee un libro sagrado, no se debe interpretar la frase entera, sino que debe haber una interpretación para cada palabra, y cada palabra en el estudio sagrado muchas veces tiene un significado muy distinto del que se le da, fuera de esas corrientes palabras que andando el tiempo se han ido tergiversando su significado, hasta interpretarlo completamente distinto. Les voy a poner un ejemplo, un poco burdo si se quiere, pero pongan ustedes un poquito de atención y entenderán esta palabra.
La palabra Amor. Andando el tiempo esta palabra ha ido tomando distinto significado. Hoy día cuantas personas en el mundo, muchos amigos y amigas suyas a quienes ustedes deben conocer, a la palabra amor le dan un significado que no me atrevo bien a decirles, pero algo así como billete de cien pesos; un billete de mil pesos es un gran amor, y uno de un peso, es un amor que no vale nada. Con esto pongan ustedes su intuición y verán que las palabras van cambiando con el tiempo. La palabra diablo antes por ejemplo significaba un ser divino, ahora todo al revés, es un diablo. Los Vedas como el Gita tienen muchas interpretaciones y vamos a tratar de darle una interpretación, una interpretación que ustedes según su conocimiento podrán interpretar y andando el tiempo, la interpretarán de distinta manera.
Uno que interpreta el Gita dice lo siguiente: puede interpretarse con siete llaves distintas por lo menos, pudiendo referirse a la evolución del hombre, del mundo, del universo, a la Jerarquía, a la naturaleza y al carácter moral, etc.
El Gita es un canto guerrero, es un poema épico, mucho más antiguo que la Ilíada y todos los escritores le calculan a este libro 12 mil años. Según las primeras frases de este libro, son las siguientes (lee)
Aquí vamos a interpretar esa frase. Esta misma pregunta se la han hecho ustedes muchas veces. ¿Por qué hay tantos dolores en la vida, por qué las enfermedades, por qué las injusticias, por qué las guerras, por qué los odios, por qué las ofensas, por qué es este mundo tan malo? Más todavía, cuantas veces se han preguntado: ¿Por qué he nacido yo? ¿de dónde viene mi alma? ¿Por qué estoy aquí si mi alma es inmortal dicen, dónde voy a ir a parar? ¿Por qué en este mundo me veo sometido a vivir del dolor y del placer, sin encontrar jamás una completa paz y tranquilidad para mi alma?
Esto que yo estoy hablando es lo mismo que dice Dhritarashtra. Ustedes son los reyes sabios que están encerrados en su propio castillo, ustedes tienen un espíritu que nadie ve, tienen su cuerpo, sus murallas, son reyes encerrados y ciegos.
(Lee apenas el príncipe G.. hubo divisado el ejército en orden de..)
Vamos a explicar, cuando el hombre llega a hacerse esta pregunta “de dónde vengo, quién soy, dónde voy” es porque ya tiene mucho avance interior. El hombre corriente, el hombre vulgar, no piensa nunca ni de dónde viene ni a donde va, vive la vida y nada más. El hombre que quiere investigar la verdad, este es un hombre superior, es un hombre que lanza es pregunta al interior ¿Quién es este ser que piensa dentro de mí? ¿Cómo es posible que la pura materia haya llegado al estado de pensar en conocerse a sí misma?
Cuando se hace esta pregunta el hombre quiere conocer la verdad, comienza entonces a sujetar sus pasiones, comienza a ir hacia el despertar de su alma porque quiere conocer la verdad, esa verdad que dicen todas las religiones que son poseedoras y sin embargo no las posee ninguna en particular, esa verdad que la tienen todos los hombres dentro de su ser. Todos la tienen en su interior, el hombre va hacia allá.
El hombre quiere ver su espíritu, nota que todas las pasiones lo ofuscan y son verdaderos guerreros que van contra sí mismos, todas sus pasiones, todos sus deseos de los que no puede desprenderse y de los cuales quiere hacerse a un lado. Cuando queremos destruir las pasiones, estas se revelan y se ponen más poderosas, quieren ellas mandar y desean dirigir nuestro Yo superior.
Ahora ese hombre que tiene que luchar contra ese ejército de pasiones, ese enorme ejército, también tiene otro ejército de buenas cualidades, de óptimas cualidades y tiene que poner a veces las buenas y las malas cualidades en orden de batalla. Estas cualidades malas aparecen en el Gita como los Kauravas y los guerreros de las buenas cualidades como Pándavas.
Pero este rey ciego clama, como ven ustedes y pide conocer la vida. En la India estos seres conocedores de la vida los denominan Maestros, los grandes seres, los iniciados. Poco a poco, ya veremos que es un iniciado.
En la próxima conferencia hablaré principalmente de estos iniciados de la India, conocedores de las leyes del mundo material y espiritual, son hombres superiores, de la superioridad de Ellos consisten estos libros, estas enseñanzas que han llegado hasta nosotros, son hombres poseedores de cultura integral, son hombres que tienen la perfección humana y han alcanzado el grado de Buda o de Cristo (lee ..”contempla, Oh Maestro las formidables huestes, etc.”)
Contemplen ustedes mismos la enormidad de deseos que tienen y cuanto les molesta esos deseos. Contemplen ustedes sus buenas cualidades. Con ambos ejércitos ustedes van a tener que ir a la lucha para llegar a la iniciación, para llegar al despertar del alma, para llegar a conocerse a sí mismos, para ver este mundo y para ver el otro.
Para el próximo domingo espero tenerlos a todos ustedes aquí acompañados de sus amiguitos y si les parece interesante, estudien, a mí me parece muy interesante. Conviden a sus amistades, pueda ser que les sirva de algo que, aunque ahora mis palabras les entren por un oído y les salgan por el otro, puede llegar un momento en la vida en que les sirva para algo.
El próximo domingo los espero.

Por Benjamín Guzmán Valenzuela
(Sri Vájera Yogui Dasa)
Jnana Dhata Suddhacharya do SDM
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