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O QUE É O AUM?

Atualizado: 9 de fev.

Por Devi-marga Dasika (Margareth Gonçalves)

 Jnana Dhata Acharya (Instrutora Iniciadora) do Ashram Sarva Mangalam


A um conceito tão subjetivo, dificilmente poderíamos dar explicações resumidas, principalmente se procurássemos usar palavras adequadas.


Tratarei de expor a importância deste assunto tanto como formação conceptual, como também pelos efeitos vibratórios, que as sílabas místicas exercem em nossas práticas meditativas.


Sendo o Ser Supremo uma “substância”, que está através do todo e mesmo Ele sendo o todo, permanece mais além de sua manifestação no espaço infinito como imanifestado, onde somente existe a sabedoria e além dela, o Aspecto Sintético Unitário de Deus, representado pela sílaba OM. (aí não existe a condição de Mônada, ou seja, a individualidade).



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Quando Ele deseja manifestar-se (dia de Brahman), torna-se múltiplo e milhões de fragmentos.


Dele mesmo tomam sua individualidade, surgindo o primeiro componente do pranava AUM, representando então o Espirito do ser. Pela junção entre Espirito e Energia (shakty Divina), surge a matéria constituindo finalmente aquilo que é chamado de manifestação.


Quando acontece a manifestação, o Parabrahman constitui a mesma e permanece na não manifestação, porque Ele (Parabrahman) é o todo , é o Uno (podemos também dizer que é o tudo e o nada).


O ideal da vida evolutiva do ser, é a aproximação eterna ao Parabrahman, que habita em cada um de nós e também no espaço infinito. O primeiro aspecto de manifestação tripla é:


(A) – Primeira letra

Espírito, para nossa maior compreensão o chamaremos Principio de Vida. Este princípio de vida se manifesta, segundo seja o veículo ou envoltura em que se encontre.


Assim é chamado PURUSHA, quando o corpo ou kosha é o Ananda-Maya ou veículo de Luz. É PARAMATMA, quando a envoltura é Vignana- Maya ou veículo do conhecimento.


É ATMA, no Manomaya-Kosha ou veículo dos pensamentos.


JIVATMA, no Pranamaya-Kosha ou veículo de vitalidade e por último é chamado AKSHARATMA no corpo denso ou físico, no Annamaya-Kosha, que é constituído por alimentos. Também o estado de consciência é diferente em cada uma das envolturas com que se reveste o espirito e que são segundo ele mesmo segundo a ordem anterior:

Turiyatita

Swapna (estado de sono)

Turiya (samadhi)

Yagrat (vigilia)

Sushupti (sono profundo)


As envolturas com que se revestem o Principio de Vida, podem ir se solidificando, segundo seja o progresso obtido no caminho evolutivo, e quando o ser por seus méritos, já não está obrigado a voltar a remanifestar-se neste denso mundo físico.


(U) – Segunda Letra


Matéria Raiz ou Mula- Prakriti (evolução cósmica)

A matéria raiz ou Mula-Prakriti está modificada em Sete Raios ou Reckas, (como é chamado no hinduismo).


Pelas variadas funções destes diferentes raios estão constituídos os sete mundos externos ou Lokas da cosmogonia.


É manejada por grandes sábios chamados Sikandis.


Doam a matéria para encarnações de Avatara- Purushas e constituem a matéria que é sublimada dos 24 tatwas (elementos dos corpos astrais).


Os sete mundos externos ou Sapta- Lokas, de onde provem o Princípio de Vida segundo seu estado evolutivo são:


  1. PRANAVA-LOKA: É o grande mundo constituído por Mula- Prakriti ou Matéria –Raiz, e permanece como OM. Ë o assento de Brahm (Deus), formado de luz divina.

  2. NADA-LOKA: É o lugar onde moram Maha- Brahma, Maha-Vishnu e Maha- Shiva. Está caracterizado por: Existência em plenitude (SAT), consciência suprema (CHIT) e luz (ANANDA).

  3. BINDU- LOKA: É o assento de Brahma Shakty (energia feminina), de Brahma (criador), Vishnu (mantenedor), Shiva (renovador).

  4. SABDA- LOKA: Akasa (éter)

  5. NIRMALA- LOKA: Prana (ar)

  6. MAHASUDDHA- LOKA: Tejas (fogo)

  7. SUDDHA- LOKA: Apas (água)

  8. PRITHIVI- LOKA: Prithivi (terra)


Estes sete Lokas ou mundos formados pelos raios, estão relacionados com uma quíntupla disposição material do Cosmos, quer dizer:


ANANDAMAYA,

VIGNANAMAYA,

MANOMAYA,

PRANAMAYA e

ANNAMAYA KOSHA.


Há uma íntima relação entre os planos ou mundos do universo e das envolturas do ser.


Os mundos que são formados desde a letra d) até a letra h), são setenárias, sendo os da terra os seguintes:


BHU,

BHUVANA,

SUBHAHA,

MAHAR,

JANA,

TAPA,

SATYA (e é exatamente aqui que se formam os sete raios de evolução do ser humano, mais conhecido aqui no ocidente como EL MORYA , SAINT GERMAIN, HILARION, ETC......então dá para se perceber que Fraternidade Universal não é somente os sete raios evolucionantes para nós, estes são “simplesmente” o desdobramento de um complexo muito maior de departamentos onde atuam os Mestres dessa Fraternidade.


Todos governados por excelsos seres, preocupados em nos passar sabedoria, mantê-la e destruir os obstáculos para o conhecimento da Yoga Brahma Vidya ou Ciência Sintética do Absoluto).


Prakriti (evolução humana): Esta matéria está constituída pelos 24 elementos atômicos chamados Tatwas; formam a base estrutural dos cinco corpos ou envolturas (koshas), com que se envolve o princípio de vida, ou seja, o mundo interno do ser.


Estes tatwas por sua vez, estão agrupados segundo seja o plano em que tenham sua origem.


Primeiramente está a matéria do AVYAKTA TARWAKUTA ou corpo de yoga, é matéria indiferenciada, quer dizer, seu estado é de Unidade Eterna, é a origem do todo.


Em seguida está MAHAT TATWAKUTA; é a primeira manifestação da matéria, origem de tudo que é criado. Aqui reside a força chamada Buddhi ou intelecto.


MANAS TATWAKUTA; é o corpo de emoções ou morada da mente.


INDRIYAS TATWAKUTA; Grupo do conhecimento..... órgãos sensoriais: (gnanendriyas): olhos, ouvidos, nariz, língua, pele.


Órgãos da ação ( karmendriyas) boca, mãos, pés, órgãos reprodutores, órgão excretor.


Cinco Mahabutas ou elementos primordiais: terra, água, ar, fogo, e éter... e suas qualidades Tanmatras: visão, audição, olfato, sabor e tato.


É exatamente aqui que acontecem os fenômenos mediúnicos, sendo assim, fica claro que não existe paranormalidade, são fenômenos totalmente normais, todas as pessoas os possuem; o que acontece é que as pessoas que já trabalham com a mediunidade, têm seus Tanmatras desenvolvidos, ou seja, não são acontecimentos do além, e sim, acontecimentos perfeitamente naturais provenientes da constituição dos nossos corpos etéricos.


Esse mediunismo é chamado na Índia de Siddhis ou seja poderes.

O Ahankara, que é o conceito do eu e constitui a individualidade, é o 24 TATWA, compenetra os quatro grupos e domina especialmente o grupo Manas (mente).


É a árvore da qual provém o Yagrat ou manifestação alternante.

O outro aspecto do pranava OM é o da SHAKTY ou Energia Divina, serve de ligação entre o Espirito e a Matéria e é representada pela letra M, dando dinamismo a ambos (matéria e espirito), já que sozinhos, são estáticos.


Esta energia que é BRAHMA- SHAKTY (energia feminina) translada o incognicível Brahman (deus imanifesto), ao conhecível universo manifestado (yagat). Esta energia é tripla:


a) DEVI- SHAKTY: É a união com o Paramatma (Narayana) funciona naquilo que está relacionado com a criação, conservação e convergência do universo.

b) ESHA- SHAKTY: É desta energia a constituição das Encarnações Divinas (avataras purushas) que descendem de tempo em tempo para proteger as leis divinas.

c) GUNAMAYA- SHAKTY: É a energia com que funcionam os seres humanos. Ela segue em duas direções: Atma- Para e Prakriti- Para. A primeira de tendência espiritual e a Segunda de tendência material.


O aspecto Prakriti- Para da Gunamaya- Shakty é conhecido como as três gunas ou qualidades da matéria. SATWA (inteligência), RAJAS (ação), e TAMAS (inércia). São as leis que nos ligam à matéria e que nos fazem escravos da mesma.


O aspecto ATMA- PARA é de transcendência espiritual e é regido pelas três ATMA- SHAKTYS do conhecimento, desejo e ação.


Como podemos perceber, a manifestação é composta por A Espirito, U Matéria e M Energia, têm sua origem no Parabrahman ou Deus único e transcendente.


Esta matéria é diferenciada com o objeto de que possamos compreender, e apesar da multiplicidade existe uma eterna união, formando um só corpo cósmico.


Nossa finalidade é chegar a compreendê-la e conhece-la. Com o devido conhecimento e as práticas meditativas do sistema de Suddha Raja Yoga, que é a síntese de todas as modalidades de yoga, poderemos acrescentar nossa consciência, que se traduzirá em um acréscimo cada vez maior ao mérito de contatar com o Supremo Espírito de D'Eus; este contato será de eterna aproximação a ELE ( BRAHMA- SAMIPYA).


Segundo os Mestres de Sabedoria, este acervo de conhecimentos será sempre coroado de maior sabedoria e luz indescritível.


Dharmameva Jayathe,

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| Matéria para a "Revista Sexto Sentido" |


DeviMarga Dasika (Margareth Gonçalves)

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  • Jnana Dhata Acharya (Instrutora Iniciadora) do AShram Sarva Mangalam da SDM;

  • Trabalha com Yogaterapia especializada em Psicologia do Yoga;

  • Foi colaboradora da revista “Sexto Sentido”;

  • Formada em Pedagogia do Infra dotado pela Universidade Presbiteriana Machenzie;

  • Formada em Extensão de Currículo para primeiro e segundo grau pela Pontifícia Universidade Católica (PUC- 1976);

  • Cursou Aprimoramento em Psicologia do infra dotado pela USP(1985);

  • Foi Integrante do movimento Uni-Luz durante muito tempo, representando o SDM;

  • Fundadora em 1994 do Instituto Naradeva Shala;

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