AS LEIS DO KALI YUGA
- Antonio Arias Albornoz

- 31 de jul. de 2024
- 40 min de leitura
Atualizado: 8 de fev.
Por Antonio Arias Albornoz (Shakti Samphanah Das)
Jnana Dhata Acharya
CAPÍTULO I
Para quem não está familiarizado com o termo Kali Yuga, e como pequena introdução, diremos que nos ensinamentos Suddhas, dados pelos grandes mestres que dirigem a evolução, é proposto que existem quatro períodos ou eras denominadas Yugas, que em si mesmas formam um grande ciclo de evolução chamado Manvantara. Esses ensinamentos dados pelos grandes Mestres têm como finalidade nos ajudar e orientar na busca de nossa própria verdade e podem ser tomados como postulados que impulsionam nossa própria experimentação. Considerando esse aspecto, podemos dizer que os grandes Mestres Suddhas, que têm a evolução do mundo sob sua responsabilidade, nos dão uma "Panorâmica" da constituição do universo e de nossa própria origem, esperando que essa informação gere em nós o desejo e as ações necessárias para nos levar a enfrentar cara a cara a Grande Verdade.
O objetivo é despertar em nós o desejo de nos conhecermos e de conhecer, e chegar a ser totalmente conscientes de nossa existência. Este é um processo gradual e proporcional ao caminho que percorremos nesta trilha de evolução e constitui em si a finalidade da vida e da existência humana.
Parece tão simples, colocado desta maneira, e, no entanto, ao não saber ou não entender para que estamos vivos, para que serve o mundo com seus múltiplos problemas, ao não vislumbrar um sentido em tudo o que nos toca viver, nossa existência neste mundo vai se tornando obscura e dolorosa e começamos a dar voltas nesse círculo de tristeza do qual seria muito difícil ou talvez impossível sair se não fosse pela ajuda que recebemos desses Grandes Mestres que dirigem os processos de evolução.
Seus ensinamentos são, então, um raio de luz que nos permite "subir" e observar nossa vida, nossa
existência, nosso entorno, o mundo inteiro; e com essa Panorâmica nos dedicar a alcançar aquele objetivo que vislumbramos e intuímos no mais recôndito de nosso ser.
Assim é que nos ensinamentos é proposto que o supremo Brahma é a origem do Universo.
Metaforicamente, diz-se que Brahma respira; que com Seu sopro os mundos se manifestam e surge o processo de diferenciação em todos os níveis; e ao inspirar, esses mundos retornam ao Seu seio e, após permanecerem lá em um estado de indiferenciação denominado "Centro Laya", esse ciclo de respiração volta a se repetir. Esses ciclos duram uma enorme quantidade de anos terrestres; já sabemos que o tempo é relativo aqui neste plano e, com muito mais razão, nos inúmeros planos de existência que não podemos perceber com nossos sentidos físicos. Não é nossa intenção nos dedicar a descobrir quando começou esse processo em que estamos vivendo; tanto os números quanto as discussões que possam surgir a respeito de afirmar datas, deixaremos de lado como uma inquietude para quem se sinta motivado pelo tema. Apenas diremos que essa respiração de Brahma tem um nome: o processo de exalar e manifestar os mundos é denominado Manvantara e o processo de reintegrá-los em Seu Seio é denominado Pralaya.
Por sua vez, um Manvantara é constituído pelos quatro períodos ou Yugas aos quais fazíamos referência no início; esses Yugas são:
Krita Yuga
Treta Yuga
Dwapara Yuga e
Kali Yuga
E é através desses períodos que a evolução tem se desenvolvido em todos os seus níveis até chegar ao nível em que nos encontramos agora. Segundo os ensinamentos Suddhas, estamos no período Kali, ou seja, no Kali Yuga, que começou há cerca de doze mil anos e do qual ainda faltam muitos milhares de anos para se completar.
Em cada um desses Yugas existiam objetivos a serem cumpridos, semelhantes aos que são dados nos diferentes cursos ou níveis de qualquer escola que possamos imaginar; também o comportamento e as normas de convivência eram orientados de maneira apropriada para alcançar os objetivos dos diferentes níveis. Já houve períodos nos Yugas anteriores em que os homens levavam uma existência diferente da que levamos atualmente; por exemplo, viviam muitos mais anos, podiam ter contato direto com os Deuses; ou seja, podiam ver e falar normalmente com Seres muito elevados que hoje em dia não estão ao alcance de nossos sentidos físicos; usavam e manejavam leis da natureza que hoje em dia pareceriam "Milagrosas", etc. Mas na maioria das vezes isso era feito de maneira instintiva, automática, quase totalmente inconsciente. Daí a importância do Yuga em que nos encontramos; pois é neste Kali Yuga onde o indivíduo toma consciência de si mesmo, vence os laços da ignorância, rompe as cadeias das paixões e dos sentidos que o prendem ao mundo físico e descobre seu próprio ser subjacente por trás de sua personalidade. Este caminho do conhecimento nos levará novamente a estabelecer esse contato com Seres superiores, manejar as Leis do Universo que regem nossa própria vida, mas desta vez, finalmente, conscientes do que estamos fazendo e para onde nos conduz cada passo que damos no caminho da evolução.
Se dermos uma pequena olhada no que nos diz a história sobre os costumes e a forma de vida de nossos antepassados nos séculos anteriores, correspondentes a esses doze mil anos que passaram desde o início da era de Kali, encontraremos que carecemos quase completamente de informações sobre o que ocorria no início. Porém, à medida que avançamos no tempo, essas informações se tornam mais abundantes e nos permitem formar uma ideia de como esse processo foi se desenvolvendo. Podemos assim afirmar que, em todos os tempos, houve na humanidade seres de grande conhecimento que se esforçaram para transmitir seus ensinamentos; determinando normas de conduta e criando diversos sistemas filosóficos e religiosos voltados para o desenvolvimento da espécie humana como um todo. Naturalmente, a entrega desses ensinamentos estava adaptada ao nível de compreensão das "massas" às quais se dirigiam. Assim, concordaremos que, na antiguidade, apenas um pequeno grupo de seres tinha acesso à informação, ou seja, apenas uma minoria muito seleta recebia educação, que geralmente era transmitida nos templos. Essas pequenas minorias eram integradas exclusivamente pelos sacerdotes e pelas classes governantes, enquanto o povo realizava labores propriamente manuais. Inicialmente, isso se desenvolvia muito bem, já que os mais sábios e eruditos da espécie eram os que tinham a responsabilidade de governar o povo e usavam seus conhecimentos conscientes de sua responsabilidade e poder. O objetivo desses governantes era fomentar o desenvolvimento de todos e cada um dos indivíduos, entregando-lhes as informações e as ferramentas necessárias para seu crescimento, sempre de acordo com o nível em que cada um se encontrava.
Assim, a humanidade deu seus primeiros passos neste Kali Yuga. De forma lenta, mas segura, um número maior de seres aproveitou os cursos iniciais desta "Escola da Vida".
Aquele homem que, no início, apenas agia e se movia de forma instintiva, cumprindo suas necessidades básicas de comer, dormir, reproduzir-se e manter-se vivo, sem mais diferença do que poderia fazer qualquer animal, lentamente deu outro passo e despertou nele o desejo; poderosa e cega força que o impulsionou a mover-se para obter e conseguir aquilo que queria para si, sem se importar com a forma nem o meio que usaria para esse fim. Um novo passo é dado quando esse homem começa a ativar sua mente e a pensar. Este é um enorme passo no processo evolutivo; o homem, mediante a observação, descobre a melhor maneira de usar os recursos que possui; começa a olhar para si mesmo, observa o mundo, o que o rodeia, mas não da mesma maneira que fazia até então. Aqui podemos dizer pela primeira vez que estamos realmente diante de um ser da espécie humana. Até agora, esse ser com forma humana havia se comportado quase da mesma maneira que qualquer animal, e suas características humanas encontravam-se adormecidas.
Mas nosso homem não fica apenas observando e pensando, de repente surgem nele perguntas: Por quê? Para quê? O quê e quem sou eu? Ou seja, ele dá outro grande salto, ou talvez um gigantesco salto (apenas em sentido figurado, já que a evolução não dá saltos) e lentamente começa a tomar consciência; usando a mente e os sentidos, começa a buscar as respostas às suas perguntas que tanto o inquietam e angustiam. Algo internamente não o deixa tranquilo e o impele a buscar e buscar; alguma reminiscência em seu interior lhe diz que a vida cheia de dor e egoísmo não é para ele, que não pode nem deve se conformar com isso. Muito pelo contrário, intui que seu destino é a felicidade e, sem dúvida, a partir daí será esse o norte que orientará seus esforços. E cada vez mais consciente, vai encontrando maiores e melhores respostas e aquele destino de felicidade vai se tornando uma vivência cada vez mais plena, descobrindo outros planos de existência e, além do intelecto, tomando contato com seres muito mais evoluídos: os Devas, Deuses ou Guias divinos.
E com sua ajuda, consegue encontrar as respostas definitivas que lhe permitem compreender o porquê das diferentes etapas que teve que percorrer para alcançar a tão desejada meta do conhecimento.
CAPÍTULO II
No Sanathana Dharma Dipika, editado pelo Suddha Dharma Mandalam, o próprio Sri Bhagavan Narayana, que é responsável pela evolução do mundo, nos revela os Dharmas ou leis que orientarão os esforços dos seres humanos no período Kali e que, como consequência, os levarão a alcançar seus objetivos.
Na página 173 do mencionado livro podemos ler (sloka 289): “Todos os homens, durante o Kali Yuga, chegarão a formar uma só classe, uma só casta, uma só fé e caminharão pelo caminho de um só Veda”.
Quão longe estamos ainda de direcionar nossa vida e nosso comportamento dentro desses Dharmas. Quantas classes de homens existem? Que separação fazemos entre eles? Sem dúvida, o fato de que os homens formem uma só classe é um objetivo a ser alcançado neste período e nessa direção se encaminha toda a espécie. Essa única classe não é outra senão a classe humana, ou seja, todos os homens chegarão a formar uma só classe, a de Seres Humanos. O que implica ser e estar conscientes, chegando a desenvolver e manifestar nossas capacidades de acordo com os tempos e as circunstâncias de cada momento.
Muitos são os aspectos que mudam quando consideramos um indivíduo como ser humano; pois já não tem peso, o sobrenome que carrega, se os membros de sua família têm ou não dinheiro, o país onde nasceu, a cor de sua pele, o sexo, suas crenças, etc. Nada disso deveria determinar nossa relação com esse indivíduo, mas, no entanto, é isso que fazemos? O que deveríamos tentar perceber, quando estamos diante de outro indivíduo, é seu nível de conhecimento, refiro-me ao conhecimento do Ser, da verdade, da vida (que muito pouco ou nada tem a ver com o conhecimento intelectual).
Esse conhecimento se manifesta como uma vida em harmonia, tanto internamente quanto com o meio que nos rodeia. Esse nível de conhecimento está diretamente relacionado com nosso grau de percepção e ao qual todos temos direito e estamos qualificados para aspirar. Encontramos então que cada pessoa vale pelo que realmente é; já não pode se escudar em sua família, seu nível social ou econômico, nem pode se proteger ou se esconder nos grupos aos quais pertence, pois já deixou de ser integrante da massa, e, como indivíduo, deve procurar se superar e crescer constantemente, mantendo com o meio em que vive uma relação positiva que estimule esse meio a crescer e que gere nele um novo dinamismo, que o projete a um maior desenvolvimento.
Para viver dessa maneira precisamos ser corajosos. Quantos de nós ainda preferimos a comodidade e a proteção do nível social ao qual pertencemos ou pretendemos pertencer; à proteção da família e sua tradição, etc.? Ainda mais, quantas pessoas vão pelo mundo buscando alguém que lhes diga o que devem fazer e como fazê-lo? Ou seja, quantas pessoas andam buscando quem viva por elas? E temos a contraparte: quantas vezes temos a tentação de dizer aos outros o que devem fazer, quando ainda não resolvemos nossos próprios problemas e não sabemos o que fazer com nossa vida.
É necessário ser corajoso para olhar para si mesmo e aceitar que a felicidade e a desdita estão dentro de nós, que somos os responsáveis pelo que estamos vivendo agora e é unicamente nossa responsabilidade melhorar ou não nossa vida futura. Temos que trabalhar então com nós mesmos, nos observando constantemente e nos esforçando para modificar todos os aspectos em que nos consideramos deficientes. Os Mestres Sutis nos advertem que nunca poderemos conseguir uma modificação externa se antes não a conseguimos em nós mesmos. Se queremos viver em Paz e Harmonia, devemos previamente obter em nós essa paz e essa harmonia interna, e podemos ter a mais absoluta certeza de que, por mais que busquemos, não encontraremos ninguém que possa fazer esse trabalho por nós. O que encontraremos sim é ajuda para realizar esse trabalho e é também isso que cada um de nós deve entregar quando alguém ao nosso redor precisar, mas o trabalho corresponde a cada um.
Assim, podemos dizer que no Kali Yuga o indivíduo, o Ser, está acima de qualquer outra consideração de grupo, cor, raça, etc. E que como tal merece nosso mais absoluto respeito; é mais fácil manter esse respeito à individualidade se considerarmos e tentarmos sempre lembrar que cada Ser é uma Centelha Divina, onde os processos de desenvolvimento se manifestam de uma maneira única e exclusiva, sendo cada um desses processos tão válidos quanto os nossos.
Quando os Mestres nos dizem que a humanidade chegará a formar uma só fé, não se referem a que haverá um só grupo religioso no mundo, já que sabemos que cada religião se adapta às necessidades e peculiaridades de cada indivíduo, povo ou nação.
Se observarmos as religiões de uma perspectiva externa, encontraremos diferenças, em muitos casos, intransponíveis; e quando vemos apenas esse aspecto, é quando surge a separatividade religiosa, uma incongruência produto unicamente de nossa ignorância, já que a raiz de todas as religiões é uma só e a mesma. Todo sistema religioso teve em sua origem a finalidade de elevar o homem e levá-lo ao conhecimento de seu Ser e, para isso, determinou em alguns períodos certas normas de vida e conduta que foram sem dúvida necessárias para as circunstâncias específicas em que foram promulgadas. Mas o homem, carente de conhecimento, não soube distinguir e tentou aplicar algumas dessas normas em períodos nos quais já não são válidas. Nessa confusão, deixou de lado o que realmente é transcendente em cada religião: que é o meio de conhecer a si mesmo e de conhecer a Deus.
CAPÍTULO III
Os ensinamentos Suddhas nos mostram o caminho comum de todas as religiões, deixando de lado as diferenças naturais que cada um de nós manifesta como produto do meio em que temos que nos desenvolver. No Sanatana Dharma Dipika, o próprio Bhagavan Narayana, Chefe Supremo da Hierarquia que dirige nossa evolução, nos dá a chave da prática espiritual para este período Kali; podemos ler no sloka 272:"Aquele que, meditando em seu Ser com alma pura, sente e vê o Supremo brilhando dentro de si, alcança o objetivo supremo" e no sloka 274, nos diz: "Neste Kali Yuga deve se meditar no Senhor como o Governante Interno. Todas as ações são infrutíferas, se não estiverem vivificadas por um conhecimento do Ser".
É aqui onde está o importante; todos, absolutamente todos, podemos realizar esta prática; já que não existe nenhuma diferença que nos impeça de lembrar constantemente que dentro de nós, no centro do nosso peito, brilha a Luz Divina do nosso Atman. Não devemos cair no erro de deixar de realizar esta prática por não nos considerarmos "puros" ou suficientemente aptos para isso.
Quando no sloka 274 se faz referência a meditar no Ser, com alma pura, pretende-se indicar aquele estado em que nos afastamos das paixões mundanas e com a mais absoluta pureza de intenção dedicamos toda nossa "energia" a tentar que a Luz e a Radiância do Atman se manifestem e se projetem através de nossos veículos ou corpos sutis e se tornem tangíveis como uma vibração harmônica no plano físico.
Essa mesma vibração ou energia do Atman que está no mais fundo, profundo ou sutil do nosso Ser é a que, ao se projetar, ao, digamos, iluminar nossos diferentes veículos, em direção dos mais sutis aos mais densos, faz ressoar cada um deles; dessa maneira, ao vibrar com a energia do Atman, cada um dos veículos vai se limpando, desprendendo assim todas as "partículas" inferiores, que são as responsáveis por muitas vezes formarem verdadeiras couraças que impedem que a Luz do Atman se manifeste no plano físico. Essas couraças nós fomos formando com todas nossas paixões, medos, baixos pensamentos, etc. E as alimentamos não somente durante muitos anos, mas também durante muitas vidas. Cada um de nós pode facilmente identificar o que estamos tratando; quantas vezes nos sentimos apagados, secos, vazios? Onde está nossa centelha Divina nesses momentos? Pois ela está sempre ali. São essas grossas couraças de medos e paixões que não nos permitem percebê-la.
Ao se exercitar na meditação constante na Luz do Atman, as partículas que formam essas couraças vão se desprendendo de nossos veículos por não serem compatíveis com a elevada vibração de Amor e Conhecimento inerentes do Atman, alcançando assim, de maneira gradual, a purificação da Alma (veículos sutis) e do corpo físico. É por esta razão que a meditação no Atman é considerada a mais elevada prática de purificação de todo nosso ser.
No Bhagavad Gita, capítulo XXIV, slokas 18, 19, 20, Sri Krishna estimulado e encorajado por Aryuna diz: "Ainda que tu fosses o maior pecador entre os pecadores, poderás navegar a salvo sobre todos os pecados (ciclos de nascimento e morte - Ignorância) se entrares na barca do conhecimento ou Brahma Gnana" (sloka 18). "Assim como o fogo do sacrifício reduz a cinzas as varas oferecidas, assim o fogo Átmico do conhecimento consome em toda ação, a impureza do apego" (sloka 19)."Na verdade, no processo do mundo não há nada que purifique tanto quanto o conhecimento espiritual. A conquista Átmica é realizada pelo aspirante que é perito em Yoga, através da sincronização de si mesmo" (sloka 20).
Mesmo que não sejamos peritos em Yoga e tenhamos dificuldade em controlar nossas paixões e nossos pensamentos (não devemos ter nenhum temor em admitir isso abertamente; muito pelo contrário, reconhecer nossas "fraquezas e defeitos" assim como nossas qualidades nos ajudará a avançar mais rapidamente no caminho do desenvolvimento integral), realizar esta prática simples permitirá que nossa vida siga o curso adequado. Ao deixar fluir a Radiância do Atman, conseguiremos que externamente nossa vida se oriente de uma maneira mais apropriada para que os objetivos, do ponto de vista evolutivo, sejam alcançados com sucesso em uma encarnação, e
dessa maneira possamos extrair o maior aprendizado das diferentes experiências que nos toca viver. Sem esquecer que cada uma dessas situações que se apresentam dia após dia, sejam agradáveis ou desagradáveis, estão ali porque trazem uma mensagem em si e constituem uma lição que devemos aprender, e se uma situação persiste, devemos observar com mais cuidado, pois talvez não estejamos percebendo a lição de forma adequada e essa experiência ou situação se repetirá em nossa vida até que finalmente consigamos entendê-la e decifrar sua mensagem.
Se lembrarmos constantemente da presença Divina em nossos corações, notaremos que, gradualmente, nossa consciência se expandirá, todo o nosso desenvolvimento será positivamente incrementado, nossa mente e nossa inteligência serão mais claras, o que nos permitirá integrar-nos melhor ao meio; desenvolvendo nossas possibilidades e contribuindo conscientemente no processo evolutivo, alcançando uma vida em harmonia mais plena e feliz.
CAPÍTULO IV
Todos os seres querem ser felizes. Queremos viver em harmonia e manter boas relações com nosso entorno, muito mais com as pessoas mais próximas que formam nossa família e com aquelas com quem compartilhamos diariamente e que são nossos companheiros e amigos neste caminho que nos toca percorrer. Estou certo de que nenhum de nós quer viver amargurado ou triste, ou passar a vida discutindo com alguma pessoa em particular; sabemos por experiência que a raiva, o rancor, etc., literalmente amargam nossa existência e vão minando nossas forças, nos levando a estados de angústia e depressão de onde surgem tantas outras calamidades. Será que exagero ao dizer isso? Acho que não; não precisamos ir muito longe para comprovar isso, basta olharmos para nós mesmos e nos perguntarmos: O que está acontecendo conosco? Como me relaciono com as pessoas que tanto amo? Quais são as barreiras que me impedem de ser feliz e viver em harmonia? Ao tentar responder a essas perguntas, enfrentaremos talvez as situações mais importantes e decisivas para nosso progresso na nossa fase atual. Acredito que você, meu querido amigo ou amiga que está lendo estas linhas, já experimentou essa situação e sabe a importância que tem para todas as nossas atividades e para nosso desenvolvimento em geral que as relações com nossos entes queridos, familiares e amigos sejam “harmônicas”. Devemos ser capazes de encontrar aí um estímulo que nos incentive a superar as dificuldades que se apresentam diariamente e enfrentar novos desafios. É claro que gostamos de sentir que em nossas atividades contamos com o apoio e o carinho daqueles que nos rodeiam; isso é natural e de alguma forma é um indicador de que o que estamos fazendo não é apenas útil, mas que também estamos no caminho certo. Mas a pergunta é: O que faço eu para que as coisas aconteçam dessa maneira e para obter esse carinho e apoio? De forma muito simples e geral, uma das leis deste período de Kali é que: “Não podemos esperar de nosso entorno nada que não sejamos capazes de gerar em nós mesmos”. Aplicando isso ao que estamos tratando, podemos nos perguntar então: Sou capaz de manifestar meu carinho e meu apoio às pessoas que amo? Demonstro meu interesse em conhecer seus problemas e em ajudar a superálos, mesmo que seja apenas dedicando tempo para ouvi-los? Aqui reside um dos maiores obstáculos e um dos mais fáceis de resolver. Geralmente; e digo isso me incluindo, claro; consideramos que nossos problemas são os únicos importantes e consideramos sem importância ou definitivamente não consideramos o que acontece com as pessoas ao nosso redor. Isso ocorre em grau máximo com as pessoas mais próximas, sem notar que essa nossa atitude é vista de fora como um total desinteresse pelos outros e, claro, como uma atitude mesquinha. As pessoas ao nosso lado sentem que são usadas e que só interessam na medida em que podem realizar um trabalho ou cumprir uma determinada função e não é assim! Não é como realmente sentimos. Ao seguir um caminho espiritual, queremos e desejamos o melhor para todos.
Para todos os seres, e muito especialmente para aqueles que tanto amamos, mas que ao nos preocuparmos apenas com o que nos acontece, projetamos uma imagem de mesquinhez e egoísmo, e como consequência, não deveríamos nos surpreender com o que isso gera como resposta. Devemos considerar também que, com muita frequência, nos consideramos vítimas de um mau relacionamento e sempre culpamos os outros, dizendo que não nos amam ou não nos entendem, sem considerar que, com nossas atitudes, somos nós que estamos gerando relações conflitantes. O que fazer então? A resposta é simples e muito fácil de escrever no papel; mas não tão fácil de obter na prática; trata-se simplesmente de tratar as pessoas que amamos com real respeito; considerando suas opiniões e desejos e nos esforçando para não impor nossos pontos de vista particulares. Tarefa difícil! Trata-se apenas de tratar as pessoas como seres humanos – e, na medida em que conseguirmos colocar isso em prática, poderemos desfrutar de uma vida mais plena de harmonia e felicidade. Pense constantemente que a Luz do Amor brilha no mais profundo do seu ser, pense também que a Luz brilha nas outras pessoas. Que todos somos uma Centelha Divina e se esforce para que essa Luz em você seja mais intensa e se projete plenamente. Trabalhemos para tornar nossa existência mais feliz a cada dia!
CAPÍTULO V
Há poucos dias, em um programa de televisão, informaram que, segundo os cálculos de um determinado vidente e astrólogo, baseados em previsões e escritos de vários séculos, o mundo deveria acabar no exato momento em que o programa estava sendo transmitido! Mas, para a surpresa do vidente, do apresentador do programa e de muitas pessoas que nervosamente aguardavam o momento, o mundo continuou e o que terminou foi apenas o tempo disponível para falar sobre o assunto.
Bem, essa situação, digamos "divertida", esconde por trás uma inquietação e temor de muitas pessoas, independentemente do nível social e cultural que possam ter. Temor que em muitos casos adquire níveis incríveis e, à medida que se aproxima o fim do século, se transforma em uma verdadeira psicose. Isso também já ocorreu no passado; no final do primeiro milênio, viveu-se uma situação semelhante à atual, pois as previsões dos "entendidos" daquela época asseguravam que o mundo acabaria no ano 1000. Passaram-se dez séculos desde então, com tantas histórias, façanhas e descobertas; ainda assim, os avanços tecnológicos e o desenvolvimento da humanidade não puderam impedir que essas previsões voltassem a ter relevância e o temor se apoderasse de muitas pessoas, impedindo-as de viver e projetar suas atividades de maneira adequada. Não devemos nos conformar em viver com medo. Do que temos medo? Normalmente, do desconhecido. Portanto, se o tema do fim do mundo nos preocupa, o que devemos fazer é nos informar sobre o assunto; ponderar toda a informação que pudermos reunir, analisá-la cuidadosamente e buscar em nosso interior para chegar às nossas próprias e pessoais conclusões.
O que a nossa cultura ocidental diz sobre o tema, e especialmente o que diz a religião católica, é o que mais conhecemos, pois nascemos e vivemos imersos nela. O temor de que o mundo se acabe no ano 2000 deve-se precisamente às interpretações das profecias e escritos que grandes autoridades da igreja têm divulgado nos últimos dois mil anos da história da humanidade. Aqui não se trata de desconsiderar a validade e o desenvolvimento espiritual de quem fez previsões no passado; o ponto é que todas elas têm um caráter e sentido profundamente esotérico e tentam transmitir um ensinamento de uma maneira velada para a grande maioria das pessoas. Aqueles que tentam focar esses assuntos ao "pé da letra" inevitavelmente chegarão a uma ideia totalmente distorcida do que aqueles sábios ou videntes quiseram deixar como legado para as gerações futuras. Para entender melhor o que os sábios católicos escreveram, não devemos esquecer o ambiente de temor e ameaça de castigo que esteve associado à igreja, e que um estudante e observador não pode deixar de reconhecer. Esse ambiente ainda é vivido hoje em muitos lugares, mas, felizmente, houve mudanças e a visão do ser humano está se ampliando cada dia um pouco mais. No horizonte, pode-se perceber que nosso destino não é cinza nem triste; muito pelo contrário, a humanidade vislumbra um futuro promissor de pleno desenvolvimento, onde o amor e a felicidade serão a característica da existência. Quanto tempo nos falta para alcançar esse nível? Esses sonhos serão interrompidos pelo fim do mundo no ano 2000?
Segundo os ensinamentos do Suddha Dharma, esta humanidade começou sua evolução há milhares e milhares de anos, passando por várias eras ou períodos, e atualmente nos encontraríamos na metade da era ou período Kali. Que esse período terá fim, isso é certo, da mesma forma que os períodos anteriores tiveram um final. O que nos diz então o Suddha Dharma? Será que devemos guardar nossos medos e temores para mais adiante? Não, queridos amigos, os ensinamentos dos Grandes Mestres são uma ajuda e uma orientação segura para que nós mesmos descubramos e tenhamos a certeza de que somos realmente eternos, de que todos os ciclos, com seus inícios e finais e com tudo o que temos que experimentar neles, têm como única finalidade nos tornar conscientes e nos levar a desenvolver plenamente as capacidades do nosso ser interno.
Cada um de nós se encontra em um ponto único da escala evolutiva. Sabemos que começar uma nova etapa na vida ou tomar consciência de alguma verdade que sempre nos acompanhou é algo totalmente pessoal e ocorre em um instante, em uma fração de segundo. Esse tomar de consciência, muitas vezes, significa o fim de tudo o que viemos fazendo até aquele momento. Fazendo um julgamento, uma análise de nossas ações, abandonamos mais um período de nossas vidas e damos início a um novo. Sabemos que é assim, muitas vezes o experimentamos de uma forma ou de outra, dando um novo passo, deixando para trás o conhecido até aquele momento. Se é assim, não há por que temer "o final" se sabemos, se temos a certeza de que realmente transcendemos os distintos ciclos, períodos ou etapas de nossa existência. Constantemente, de forma individual, estamos vivendo pequenos finais de nossos mundos, e, de vez em quando, algum acontecimento marca o fim de uma etapa mais importante que inclui outras pessoas. Mas isso sempre indica o início de uma nova etapa e está associado a um novo nível de consciência, a um crescimento, a um passo a mais neste caminho de conhecimento.
Atualmente, a humanidade vive um período crucial de evolução que inclui, por suposto, todo o planeta. Eu me sinto feliz de estar vivo e consciente neste plano físico, nesta época de mudanças e participar delas. Se observarmos superficialmente, podemos ver a miséria, a maldade e a violência presentes em todas as partes. Se tentarmos perceber mais profundamente, notaremos como as barreiras e os limites mentais que por muito tempo dividiram os povos, separando admiravelmenteos seres humanos, estão caindo. Aqui e ali surgem cada vez mais pessoas trabalhando ativamente e colocando todo o seu esforço para conseguir entender-se com seus semelhantes, deixando de lado a violência, tentando elevar o nível daqueles que ainda se encontram presos pelo egoísmo e a ignorância.
Esta é a etapa maravilhosa que estamos vivendo; o massivo despertar da consciência. Os avanços científicos e tecnológicos fazem com que isso ocorra muito rapidamente, tão rapidamente que, às vezes, sentimos que estamos ficando de fora. Isso já aconteceu com vocês? Comigo sim, e não quero perder isso, embora as situações que eu tenha que viver nem sempre sejam agradáveis ou não correspondam ao que meus "Indriyas" gostariam. Neste despertar, é onde se faz mais necessária a orientação certeira dos Mestres Sutis, que, com seus ensinamentos, nos permitem orientar nossos esforços e, assim, aproveitar plenamente cada minuto de nossas vidas.
Deixemos de lado o medo e participemos plenamente da vida. Como discípulos do Suddha Dharma, do Yoga, trabalhemos ativamente para nos entendermos com o maior número de pessoas possível, para alcançar o crescimento e o desenvolvimento de todas elas. Assim, ampliaremos nossa "visão" e nosso "campo" de entendimento, participando das mudanças deste fim de século e nos preparando para começar o novo milênio.
*Tradução feita a partir do original espanhol por Kalamata Dásika (Marina Elisa), servidora do Ashram Sarva Mangalam de São Paulo.
CONCEITO APRESENTADO NESTE TEXTO:
INDRYA: Corresponde aos sentidos. O quarto grupo das tatwakutas. Quando o Ser funciona neles é capaz de realizar a ação (Karma) universal.
LAS LEYES DEL KALI YUGA
Por Antonio Arias Albornoz (Shakti Samphanah Das)
CAPITULO I
Para quien no está familiarizado con el término Kali Yuga; y a modo de pequeña introducción, diremos que en las enseñanzas Suddhas dadas por los grandes maestros que dirigen la evolución, se nos plantea que existen cuatro períodos o eras denominadas Yugas, que en sí conforman un gran ciclo de evolución llamado Manvantara. Estas enseñanzas dadas por los grandes Maestros, tienen como finalidad ayudarnos y orientarnos en la búsqueda de nuestra propia verdad y pueden tomarse como postulados que impulsen nuestra propia experimentación. Considerando este aspecto, podemos decir que los grandes Maestros Suddhas que tienen a su cargo la evolución del mundo; nos dan una “Panorámica” de la constitución del universo y de nuestro propio origen, esperando que esa información genere en nosotros el deseo y las acciones necesarias que nos lleven a enfrentarnos cara a cara con la Gran Verdad.
El objetivo es despertar en nosotros el deseo de conocernos y de Conocer, y llegar a ser totalmente conscientes de nuestra existencia. Este es un proceso gradual y proporcional al camino que hemos recorrido en este sendero de evolución y constituye en sí la finalidad de la vida y de la existencia humana. Parece tan simple planteado de ésta manera, y sin embargo al no saber o no entender para que estamos vivos, para qué el mundo con sus múltiples problemas, al no vislumbrar un sentido en todo aquello que nos toca vivir, nuestra existencia en éste mundo se va tornando oscura y dolorosa y comenzamos a dar vueltas en ese círculo de tristeza del cual sería muy difícil o tal vez imposible salir si no fuera por la ayuda que recibimos de estos Grandes Maestros que dirigen los procesos de evolución. Sus enseñanzas son entonces un rayo de luz que nos permite “subir” y observar nuestra vida, nuestra existencia, nuestro entorno, el mundo entero; y con esa Panorámica dedicarnos a alcanzar aquella meta que vislumbramos e intuimos en lo más recóndito de nuestro ser. Es así como en las enseñanzas se nos plantea que el supremo Brahma es el origen del Universo.
Metafóricamente, se dice que Brahma respira; que con Su aliento los mundos se manifiestan y surge el proceso de diferenciación en todos los niveles; y al inspirar, estos mundos retornan a Su seno y después de permanecer allí en un estado de indiferenciación denominado “Centro Laya”, éste ciclo de respiración vuelve a repetirse. Estos ciclos duran una enorme cantidad de años terrestres, ya sabemos que el tiempo es relativo aquí en este plano y con mucho más razón en los innumerables planos de existencia que no podemos percibir con nuestros sentidos físicos. No es nuestra idea dedicarnos a averiguar cuando comenzó este proceso en el que estamos viviendo, tanto los números como las discusiones que puedan surgir con respecto a afirmar fechas, los dejaremos de lado como una inquietud para quién se sienta motivado por el tema. Sólo diremos que esta respiración de Brahma tiene un nombre: el proceso de Exhalar y manifestar los mundos se denomina Manvantara y el proceso de reintegrarlos en su Seno, se denomina Pralaya.
A su vez un Manbantara está constituido por los cuatro períodos o Yugas a los que hacíamosreferencia al principio; estos Yugas son:
• Krita Yuga
• Tetra Yuga
• Dwapara Yuga y
• Kali Yuga
Y es a través de éstos períodos que la evolución se ha venido desarrollando en todos sus niveles hasta llegar al nivel en que nos encontramos ahora. Según las enseñanzas Suddhas, nos encontramos en el período Kali, es decir en el Kali Yuga, que había comenzado hace unos doce mil años y del cual faltarían muchos miles de años aún para completarse.
En cada uno de éstos Yugas existían objetivos a cumplirse, semejantes a los que se dan en losdistintos cursos o niveles de cualquier escuela que nos imaginemos; también el comportamiento y las normas de convivencia estaban orientadas de una manera apropiada para conseguir las finalidades de los distintos niveles. Ya hubieron períodos en los Yugas anteriores en que los hombres llevaban una existencia diferente a la que llevamos actualmente; por ejemplo vivían muchos más años, podían tener contacto directo con los Dioses; es decir podían ver y hablar normalmente con Seres muy elevados que hoy día no están al alcance de nuestros sentidos físicos; usaban y manejaban leyes de la naturaleza que hoy en día parecerían “Milagrosas”, etc. Pero en la mayoría esto se hacía de una manera instintiva, automática, casi totalmente inconscientes. De allí la importancia que tiene el Yuga en el que nos encontramos; ya que es en éste Kali Yuga en donde el individuo toma conciencia de sí mismo, vence los lazos de la ignorancia, rompe las cadenas de las pasiones y los sentidos que lo atan al mundo físico y descubre su propio ser subyacente por detrás de su personalidad. Este camino del conocimiento nos llevará nuevamente a establecer ese contacto con Seres superiores, manejar Las Leyes del Universo que rigen nuestra propia vida pero esta vez; por fin; conscientes de lo que estamos haciendo y hacia donde nos conduce cada paso que damos en el camino de la evolución.
Si damos un pequeño vistazo a lo que nos dice la historia con respecto a las costumbres y a la forma de vida de nuestros antepasados en los siglos anteriores, correspondientes a esos doce mil años que han pasado desde el inicio de la era de Kali; nos encontraremos con que carecemos casi completamente de información de lo que ocurría al principio; pero a medida que avanzamos en el tiempo esta información se torna más abundante y nos va permitiendo formarnos una idea de cómo se ha ido desarrollando este proceso. Podemos así afirmar que en todo tiempo ha habido en la humanidad seres de gran conocimiento que se esforzaron por transmitir sus enseñanzas; determinando normas de conducta y creando diversos sistemas filosóficos y religiosos tendientes al desarrollo de la especie humana como un todo. Naturalmente la entrega de estas enseñanzas estaba adaptada al nivel de comprensión de “la masa” a la cual se dirigían por lo que, estaremos de acuerdo que en la antigüedad sólo un pequeño grupo de seres tenía acceso a la información es decir sólo una minoría muy selecta recibía educación que se impartía generalmente en los templos.
Estas pequeñas minorías estaban integradas exclusivamente por los sacerdotes y las clases gobernantes, mientras el pueblo realizaba labores propiamente manuales. Inicialmente esto se desarrollaba muy bien, ya que los más sabios y eruditos de la especie eran los que tenían a su cargo el gobierno del pueblo y usaban sus conocimientos conscientes de su responsabilidad y poder. El objetivo de estos gobernantes era fomentar el desarrollo de todos y cada uno de los individuos entregándoles las informaciones y las herramientas necesarias para su crecimiento, siempre de acuerdo al nivel en que cada uno se encontraba. Así la humanidad fue dando sus primeros pasos en este Kali Yuga. En forma lenta pero segura, un mayor número de seres fue aprovechando los cursos iniciales de ésta “Escuela de la vida”. Aquél hombre que en un principio sólo actuaba y se movía en forma instintiva cumpliendo sus necesidades básicas de comer, dormir, reproducirse y de mantenerse vivo sin más diferencia de lo que podría hacer cualquier animal, lentamente fue dando otro paso y despertando en él, el deseo; poderosa y ciega fuerza que lo impulsó a moverse para obtener y conseguir aquello que quería para sí, sin fijarse en la forma ni en el medio que usaría para ese fin; un nuevo paso se señala cuando éste hombre empieza a activar su mente y empieza a pensar. Este es un enorme paso en el proceso evolutivo; el hombre mediante la observación descubre la mejor manera de usar los recursos que posee; comienza a mirarse a sí mismo, observa el mundo, lo que le rodea, pero no de la misma manera que lo había hecho hasta ahora.
Aquí podemos decir por primera vez que estamos realmente ante un ser de la especie humana. Hasta ahora éste ser con forma humana se había comportado casi de la misma manera que un animal cualquiera y sus características humanas se encontraban dormidas. Pero nuestro hombre no se queda allí mirando, observando y pensando, de pronto surgen en él preguntas. ¿Por qué? ¿Para qué? ¿Qué y quién soy?, es decir, da otro gran salto o tal vez un gigantesco salto (sólo en sentido figurado, ya que la evolución no da saltos) y lentamente comienza a hacerse consciente; usando la mente y los sentidos comienza a buscar las respuestas a sus preguntas que tanto lo inquietan y angustian. Alguna cosa internamente no lo deja tranquilo y lo impele a buscar y buscar, alguna reminiscencia en su interior le dice que la vida llena de dolor y egoísmo no es para él, que no puede ni debe conformarse con ello. Muy por el contrario intuye que su destino es la felicidad y sin duda de allí para adelante será ese el norte que seguirá orientando sus esfuerzos; y cada vez más consciente va encontrando mayores y mejores respuestas y aquél destino de felicidad se va haciendo una vivencia cada vez más plena, descubriendo otros planos de existencia y más allá del intelecto toma contacto con seres mucho más evolucionados. Los Devas, Dioses o Guías divinos; y con su ayuda, logra encontrar las respuestas definitivas que le permiten comprender el porqué de las distintas etapas que ha debido recorrer para alcanzar la ansiada meta del conocimiento
CAPÍTULO II
En el Sanathana Dharma Dipika, editado por el Suddha Dharma Mandalam el mismo Sri Bhagavan Narayana quien tiene a su cargo la evolución del mundo, es quién nos revela los Dharmas o leyes que orientarán los esfuerzos de los seres humanos en el período Kali y que como consecuencia los llevarán a alcanzar sus objetivos. En la página 173 del mencionado libro podemos leer (sloka 289) “Todos los hombres, durante el Kali Yuga, llegarán a formar una sola clase, una casta, una sola fe y caminaran por el sendero de un solo Veda”. Cuán lejos estamos aún de encauzar nuestra vida y nuestro comportamiento dentro de estos Dharmas. ¿Cuántas clases de hombres existen? ¿Qué separación hacemos nosotros de ellos? Sin duda el hecho de que los hombres formen una sola clase es un objetivo a ser alcanzado en éste período y en esa dirección se encamina toda la especie. Esa única clase no es otra que la clase humana es decir; todos los hombres llegarán a formar una sola clase, la de Seres Humanos. Lo que implica ser y estar conscientes llegando a desarrollar y manifestar nuestras capacidades acordes con los tiempos y las circunstancias de cada momento.
Muchos son los aspectos que cambian cuando consideramos a un individuo como ser humano; pues ya no tiene peso, el apellido que lleva, ni si los miembros de su familia tienen o no dinero, ni el país donde nació, ni el color de su piel, ni el sexo, ni sus creencias, etc. Nada de eso debiera determinar nuestra relación con ese individuo, pero, sin embargo ¿Es eso lo que hacemos? Lo que debiéramos tratar de percibir, cuando estamos frente a otro individuo, es su nivel de conocimiento, me refiero al conocimiento del Ser, de la verdad, de la vida; (que muy poco o nada tiene que ver con el conocimiento intelectual).
Este conocimiento que se manifiesta como una vida en armonía, tanto internamente como con el medio que nos rodea.
Ese nivel de conocimiento está directamente relacionado con nuestro grado de percepción y al cual todos tenemos derecho y estamos calificados para aspirar. Nos encontramos entonces con que cada persona vale por lo que realmente es; ya no se puede escudar en su familia, su nivel social o económico, ni puede protegerse o esconderse en los grupos a los que pertenece pues ya dejó de ser integrante de la masa, y, como individuo debe procurar superarse y crecer constantemente, manteniendo con el medio en el que vive una relación positiva que estimule a ese
medio a crecer y que genere en él un nuevo dinamismo, que lo proyecte a un mayor desarrollo.
Para vivir de esta manera necesitamos ser valientes. ¿Cuántos de nosotros aún preferimos la comodidad y la protección del nivel social al que se pertenece o se pretende pertenecer; a la protección de la familia y su tradición, etc.? Incluso es más ¿Cuántas personas van por el mundo buscando a alguien que les diga que deben hacer y cómo hacerlo? Es decir ¿Cuántas personas andan buscando a quién viva por ellas? Y también aquí tenemos la contraparte ¿Cuántas veces tenemos la tentación de decirles a los demás que es lo que deben hacer?; cuando aún no hemos resuelto nuestros propios problemas y no sabemos qué hacer con nuestra vida.
Es necesario ser valiente para mirarse a sí mismo y para aceptar que la felicidad y la desdicha están dentro de nosotros, que somos los responsables de lo que ahora estamos viviendo y es únicamente nuestra responsabilidad el mejorar o no nuestra vida futura. Tenemos que trabajar entonces con nosotros mismos, observándonos constantemente y esforzándonos por modificar todos aquello aspectos en los que nos consideramos deficientes. Los Maestros Sutiles nos advierten que no podremos nunca lograr una modificación externa si antes no la hemos logrado en nosotros mismos, si queremos vivir en Paz y Armonía debemos previamente obtener en nosotros esa paz y esa armonía interna, y podemos tener la más absoluta seguridad que aunque por mucho que busquemos no encontraremos a nadie que pueda hacer ese trabajo por nosotros. Lo que sí encontraremos es ayuda para realizar ese trabajo y es también eso lo que cada uno de nosotros debe entregar cuando alguien a nuestro alrededor lo necesita, pero el trabajo nos corresponde a cada cual. Es así entonces que podemos decir que en el Kali Yuga el individuo, el Ser, está por sobre cualquier otra consideración de grupo, color, raza, etc. Y que como tal nos merece el más absoluto respeto; es más fácil mantener ese respeto a la individualidad si consideramos y tratamos de recordar siempre que cada Ser es una Centella Divina, donde los procesos de desarrollo se manifiestan de una manera única y exclusiva siendo cada uno de esos procesos tan válidos como los nuestros. Cuando los Maestros nos dicen que la humanidad llegará a formar una sola fe, no se refieren a que habrá un solo grupo religioso en el mundo, ya que sabemos que cada religión se adapta a las necesidades e idiosincrasia de cada individuo, pueblo o nación. Si miramos las religiones desde un punto de vista externo, nos encontraremos con unas diferencias en muchos casos insalvables; y cuando solamente vemos ese aspecto es cuando se plantea la separatividad religiosa, incongruencia producto solo de nuestra ignorancia, ya que la raíz de todas las religiones es una sola y la misma. Todo sistema religioso ha tenido en su origen la finalidad de elevar al hombre y llevarlo al conocimiento de su Ser y para ello ha determinado en algunos períodos algunas normas de vida y de conducta que han sido sin duda necesarias para las circunstancias específicas en que fueron promulgadas. Pero el hombre, falto de conocimiento, no ha sabido distinguir y ha intentado aplicar algunas de esas normas en períodos en los cuales ya no son válidas, en esa confusión ha dejado de lado lo realmente trascendente de cada religión; que es el medio de conocerse a sí mismo y de conocer a Dios.
CAPITULO III
Las enseñanzas Suddhas nos plantean el camino común de todas las religiones, dejando de lado las diferencias naturales que cada uno de nosotros manifiesta como producto del medio en que tiene que desarrollarse. En el Sanatana Dharma Dipika, el mismo Bhagavan Narayana, Jefe Supremo de la Jerarquía que dirige nuestra evolución, es quien nos da la clave de la práctica espiritual para este período Kali; podemos leer en el sloka 272: “Aquel que, meditando en su Ser con alma pura, siente y ve al Supremo brillando dentro de sí, alcanza el objetivo supremo” y en el sloka 274, nos dice: “En este Kali Yuga se debe meditar en el Señor como el Gobernante Interno. Todas las acciones son infructíferas, si no están vivificadas por un conocimiento del Ser”. Es aquí donde está lo importante; todos, absolutamente todos podemos realizar esta práctica; ya que no existe ninguna diferencia que nos impida recordar constantemente que dentro de nosotros, en el centro de nuestro pecho brilla la Luz Divina de nuestro Atman. No debemos caer en el error de dejar de realizar esta práctica por no considerarnos “puros” o lo suficientemente aptos para ello. Cuando en el sloka 274 se hace referencia a meditar en el Ser, con alma pura, se quiere señalar aquel estado en que nos alejamos de las pasiones mundanas y con la más absoluta pureza de intensión dedicamos toda nuestra “energía” a tratar de que la Luz y la Radiancia del Atman se manifieste y se proyecte a través de nuestros vehículos o cuerpos sutiles y se haga tangible como una vibración armónica en el plano físico. Esta misma vibración o energía del Atman que está en lo más hondo , profundo o sutil de nuestro Ser es la que, al ir proyectándose, al ir, digamos iluminando nuestros diferentes vehículos, en dirección desde los más sutiles a los más densos, va haciendo resonar cada uno de ellos; de esta manera al vibrar con la energía del Atman cada uno de los vehículos se va limpiando, se van desprendiendo así todas las “partículas” inferiores, que son las responsables de que muchas veces se formen verdaderas corazas que impiden que la Luz del Atman se manifieste en el plano físico. Estas corazas nosotros las hemos ido formando con todas nuestras pasiones, miedos, bajos pensamientos, etc. Y las hemos alimentado no solamente durante muchos años sino que incluso durante muchas vidas. A cada uno de nosotros nos será fácil identificar lo que estamos tratando; ¿Cuántas veces nos hemos sentido apagados, secos, vacios? ¿Dónde está nuestra chispa Divina en esos momentos? Pues ella está siempre allí. Son estas gruesas corazas de miedos y de pasiones lo que no nos permite percibirla. Al ejercitarse en la meditación constante en la Luz del Atman, las partículas que forman esas corazas se van desprendiendo de nuestros vehículos al no ser compatibles con la elevada vibración de Amor y Conocimiento inherentes del Atman, logrando así, de una manera gradual la purificación del Alma (vehículos sutiles) y del cuerpo físico. Es por esta razón que se considera a la meditación en el Atman como la más elevada práctica de purificación de todo nuestro ser. En el Bhagavad Gita, capítulo XXIV, slokas 18, 19, 20, Sri Krishna estimulado y alentado por Aryuna le dice: “Aún cuando tú fueras el más grande pecador entre los pecadores, podrás navegar a salvo sobre todos los pecados (ciclos de nacimiento y muerte- Ignorancia) si entras en la barca del conocimiento o Brahma Gnana” (sloka 18). “Así como el fuego del sacrificio reduce a cenizas las varillas ofrecidas, así el fuego Atmico del conocimiento consume en toda acción, la impureza del apego” (sloka 19). “En verdad, en el proceso del mundo no hay nada que purifique tanto como el conocimiento espiritual. La conquista Atmica la realiza el aspirante que es experto en el Yoga, a través de la sincronización de sí mismo” (sloka 20). Aún cuando nosotros no seamos expertos en el Yoga y nos sea difícil controlar nuestras pasiones y nuestros pensamientos (no debemos tener ningún temor en admitirlo abiertamente; muy por el contrario, al reconocer nuestras “debilidades y defectos” como también nuestras cualidades nos ayudará a avanzar más rápidamente en el sendero del desarrollo integral), el realizar esta sencilla práctica permitirá que nuestra vida se encause adecuadamente. Al dejar fluir la Radiancia del Atman lograremos que externamente nuestra vida se oriente de una manera más adecuada para los objetivos que desde el punto de vista evolutivo se tengan que cumplir en una encarnación sean alcanzados con éxito, y de ésta manera podamos extraer la mayor enseñanza de las distintas experiencias que nos toca vivir. Sin olvidar que cada una de estas situaciones que se nos presentan día a día, ya sean agradables o desagradables, están allí porque en sí tienen un mensaje y conforman una lección que debemos aprender, y si una situación persiste, debemos observar con más detenimiento, tal vez no estamos percibiendo la lección en forma adecuada y esa experiencia o situación se presentará una y otra vez en nuestra vida hasta que por fin logremos entenderla y descifrar su mensaje. Si recordamos constantemente la presencia Divina en nuestros corazones, notaremos que gradualmente nuestra conciencia se irá expandiendo, todo nuestro desarrollo se verá incrementado positivamente, nuestra mente y nuestra inteligencia, será más clara lo que nos permitirá integrarnos mejor al medio; desarrollando nuestras posibilidades y contribuyendo conscientemente en el proceso evolutivo logrando una vida en armonía más plena y feliz.
CAPITULO IV
Todos los seres queremos ser felices. Queremos vivir en armonía y mantener buenas relaciones con nuestro entorno, mucho más con las personas más próximas que conforman nuestra familia y con aquellas que compartimos a diario y que son nuestros compañeros y amigos en este sendero que nos toca recorrer. Estoy seguro que ninguno de nosotros quiere vivir amargado o triste, o pasarse la vida discutiendo con alguna persona en particular; sabemos por experiencia que la rabia, el enojo, etc. literalmente nos amargan la existencia y van minando nuestras fuerzas, llevándonos a estados de angustia y depresión de donde surgen tantas otras calamidades. ¿Será que exagero al decir esto? Creo que no; no debemos ir muy lejos para comprobarlo, solo con mirarnos y preguntarnos: ¿Qué pasa con nosotros? ¿Cómo me relaciono con las personas a las que tanto quiero? ¿Cuáles son las barreras que me impiden ser feliz y vivir en armonía? Al intentar responder estas preguntas estaremos enfrentando tal vez las situaciones más importantes y decisivas para nuestro progreso en nuestra etapa actual.
Creo que tú, mi querido amigo o amiga que estás leyendo estas líneas has experimentado ésta situación y sabes la importancia que tiene para todas nuestras actividades y para nuestro desarrollo en general el que las relaciones con nuestros seres queridos, familiares y amigos sean “Armónicas”. Debemos ser capaces de encontrar allí un estímulo que nos aliente a superar las dificultades que se nos presentan a diario y enfrentar nuevos desafíos. Es claro que nos gusta sentir que en nuestras actividades contamos con el apoyo y el cariño de los que nos rodean; esto es natural y de alguna manera es un indicador de que lo que estamos haciendo no sólo es útil sino que además vamos por buen camino. Pero la pregunta es: ¿Qué hago yo por lograr que las cosas se den de esta manera y obtener ese cariño y apoyo? Planteado en forma muy simple y general una de las leyes de este período Kali, podemos decir que:”No podemos esperar de nuestro entorno nada que no seamos capaces de generar en nosotros mismos”. Aplicándolo a lo que estamos tratando, podemos preguntarnos entonces: ¿Soy capaz de manifestar mi cariño y mi apoyo a las personas que quiero? ¿Demuestro mi interés por conocer sus problemas y por ayudar a superarlos aún cuando sólo sea dedicándole tiempo a oírlos? Aquí reside uno de los escollos más grandes y también más fácil de resolver. Generalmente; y esto lo digo incluyéndome por supuesto; consideramos que nuestros problemas son los únicos importantes y consideramos sin importancia o definitivamente no consideramos lo que pasa con las personas a nuestro alrededor. Esto se da en grado máximo con las personas más cercanas, sin notar que esta actitud nuestra es tomada desde afuera como un total desinterés hacia los demás y por supuesto como una actitud mezquina. Las personas a nuestro lado sienten que son usadas y que sólo interesan en la medida que puedes realizar un trabajo o cumplir una determinada función y ¡no es así!- no es como sentimos realmente. Al seguir un sendero espiritual queremos y deseamos lo mejor para todos los seres y muy especialmente a los que tanto queremos, pero al estar preocupados sólo de lo que nos ocurre, proyectamos una imagen de mezquindad y egoísmo y como consecuencia no deberíamos sorprendernos de lo que ello genera como respuesta. Debemos considerar también que con mucha frecuencia nosotros nos consideramos las víctimas de una mala relación y culpamos siempre a los demás diciendo que no nos quieren o no nos entienden, sin considerar que con nuestras actitudes, somos los que estamos generando relaciones conflictivas. ¿Qué hacer entonces? La respuesta es simple y muy fácil de escribir en el papel; pero no así de obtener en la práctica; se trata simplemente de tratar a las personas que queremos con real respeto; considerando sus opiniones y deseos y esforzándonos por no imponer nuestros particulares puntos de vista. ¡Tarea difícil! Se trata sólo de tratar a las personas como seres humanos – y así en la medida en que podamos llevarla a la práctica, podremos ir disfrutando de una vida más plena de Armonía y felicidad.
Piensa constantemente que la Luz de Amor brilla en lo más profundo de tu ser, piensa también que la Luz brilla en las otras personas. Que todos somos una Centella Divina y esfuérzate porque esa Luz en ti sea más intensa y se proyecte plenamente. ¡Trabajemos por hacer nuestra existencia más feliz cada día!
CAPITULO V (el ultimo)
Hace pocos días, en un programa de televisión informaban que según los cálculos de un determinado vidente y astrólogo, que se basaba en predicciones y escritos de varios siglos, el mundo tendría que acabarse en el preciso momento en que se trasmitía el programa ¡!- Pero para la sorpresa del vidente, del conductor del programa y de muchas personas que nerviosamente esperaban el momento, el mundo continuo y lo que terminó fue sólo el tiempo de que se disponía para hablar del asunto. Bien, esta situación digamos “divertida”, esconde detrás una inquietud y temor de muchas personas; independiente del nivel social y cultural que puedan tener. Temor que en muchos casos adquiere niveles increíbles, y a medida que se aproxima el fin de siglo se va transformando en una verdadera psicosis.
Esto también ya ocurrió en el pasado; a fines del primer milenio se vivió una situación semejante a la que se vive ahora, ya que las predicciones según los “entendidos” de esa época aseguraban que el mundo se acabaría en el año 1000. Han pasado diez siglos desde entonces, con tantas historias, hazañas y descubrimientos; aún así los adelantos tecnológicos y el desarrollo de la humanidad no han podido impedir que estas predicciones nuevamente tomen vigencia y el temor se apodere de muchas personas impidiéndoles vivir y proyectar sus actividades de manera adecuada. No debemos conformarnos a vivir con miedo.¿A qué se teme?- normalmente a lo desconocido- de allí que sí el tema del fin del mundo nos preocupa; lo que tenemos que hacer es informarnos del asunto; ponderar toda la información que podamos recopilar, analizarla detenidamente y buscar en nuestro interior para llegar a nuestras propias y personales conclusiones. Lo que dice nuestra cultura occidental sobre el tema, y especialmente lo que dice la religión católica, es lo que más conocemos, pues hemos nacido y hemos vivido inmersos en ella. El temor de que el mundo se acabe en el año dos mil se debe precisamente a las interpretaciones de las profecías y escritos que
grandes autoridades de la iglesia han dado a conocer en estos últimos dos mil años de historia de la humanidad. Aquí no se trata de desconocer la validez y el desarrollo espiritual de quienes han realizado predicciones en el pasado, el punto es que todas ellas tienen un carácter y sentido profundamente esotérico, y tratan de trasmitir una enseñanza de una manera velada para la gran mayoría de las personas; y quienes intentan enfocar estos asuntos al “pié de la letra” inevitablemente llegarán a obtener una idea totalmente distorsionada de lo que aquellos sabios o videntes quisieron traspasar (dejarnos de legado) a las generaciones venideras. Para entender mejor lo que los sabios católicos han escrito, no debemos olvidar el ambiente de temor y amenaza de castigo que ha estado asociado con la iglesia y que un estudiante y observador no puede dejar de reconocer, este ambiente se vive hoy aún en muchos lugares, pero afortunadamente ha habido cambios y la visión del ser humano se va ampliando cada día un poco más, en el horizonte se puede percibir que nuestro destino no es gris ni triste; muy por el contrario, la humanidad vislumbra un futuro promisorio de desarrollo pleno, donde el amor y la felicidad sea la característica de la existencia. ¿Cuánto tiempo nos falta para llegar a ese nivel? ¿Quedarán esos sueños truncos por el fin del mundo en el año dos mil? Según las enseñanzas del Suddha Dharma, esta humanidad comenzó su evolución hace miles y miles de años, pasando por varias eras o períodos y actualmente nos encontraríamos en la mitad de la era o período Kali. ¡Qué este período tendrá fin! Eso es seguro, de la misma manera como han tenido un final los períodosanteriores. ¿Qué nos dice entonces el Suddha Dharma? ¿Será que debemos guardarnos nuestros miedos y temores para más adelante? No, queridos amigos, las enseñanzas de los Grandes Maestros son una ayuda y la guía segura para que nosotros mismos descubramos y tengamos la certeza de que somos realmente eternos, de que todos los ciclos con sus inicios y finales y con todo lo que tenemos que experimentar en ellos tiene como única finalidad el hacernos conscientes y que lleguemos a desarrollar en plenitud las capacidades de nuestro ser interno.
Cada uno de nosotros se encuentra en un punto único de la escala evolutiva, sabemos que al comenzar una nueva etapa en la vida, o el tomar conciencia de alguna verdad que siempre nos ha acompañado es algo totalmente personal y se da en un instante, en una fracción de segundo. Ese tomar consciencia, muchas veces significa el fin de todo lo que hemos venido haciendo hasta este instante, haciendo un juicio, un análisis de nuestras acciones, dejamos atrás un período más de nuestra vida y damos inicio a uno nuevo. Sabemos que es así, muchas veces lo hemos experimentado de una u otra manera, dando un nuevo paso dejando atrás lo conocido hasta ese momento; sí es así, no hay porque temer “al final” si sabemos, si tenemos la certeza de que en verdad trascendemos los distintos ciclos, períodos o etapas de nuestra existencia. Constantemente, en forma individual, estamos viviendo pequeños finales de nuestros mundos, de vez en cuando algún acontecimiento marca el fin de una etapa más importante que incluye a otras personas- pero esto indica siempre el inicio de una nueva etapa y está asociado a un nuevo nivel de conciencia, a un crecimiento, aun paso más en este camino de conocimiento. Actualmente la humanidad vive un período crucial de evolución que incluye por supuesto todo el planeta, yo me siento feliz de estar vivo y consciente en ese plano físico, en esta época de cambios y participar de ellos. Si observamos superficialmente podemos ver la miseria, la maldad y la violencia presente en todas partes, si tratamos de percibir más profundamente notaremos como se han derrumbado las barreras y los topes mentales que por mucho tiempo han dividido a los pueblos, separando odiosamente a los seres humanos. Aquí y allá surgen cada vez más personas trabajando activamente y poniendo todo su esfuerzo en lograr entenderse con sus semejantes, dejando de lado la violencia, tratando de elevar el nivel de aquellos que aún se encuentran atrapados por el egoísmo y la ignorancia. Esta es la etapa maravillosa que estamos viviendo; el masivo despertar de la conciencia. Los adelantos científicos y tecnológicos hacen posible que esto sea muy rápido, tan rápido que a veces sentimos que nos estamos quedando afuera. ¿No les ha pasado?- a mi sí – y no quiero perdérmelo aunque las situaciones que me toquen vivir no sean siempre gratas o no respondan a lo que mis “Indriyas” quisieran.
En este despertar es donde se hace más necesaria la certera guía de los Maestros Sutiles, que con sus enseñanzas nos permiten orientar nuestros esfuerzos, y así aprovechar plenamente cada minuto de nuestra vida. Dejemos de lado el miedo y participemos plenamente de la vida, como discípulos del Suddha Dharma, del Yoga, trabajemos activamente por entendernos con un mayor número de personas, para lograr el crecimiento y desarrollo de todas ellas, así estaremos ampliando nuestra “visión” y nuestro “campo” de entendimiento participando de los cambios de este fin de siglo y preparándonos para comenzar el nuevo milenio.
Jnana Dhata Acharya, Antonio Arias Albornoz (Shakti Samphanah Das)

Nasceu em 01 de fevereiro de 1959, alcançou seu Maha Samadhi no dia 12 de novembro de 2013;
Em breve resumo completo;







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